Publicidade
A disputa pela Linx, uma das principais fornecedoras de tecnologia para o setor de varejo no Brasil, parece ficar mais acirrada, uma vez que um novo player de peso decidiu avaliar os números da empresa.
Segundo reportagem do Brazil Journal, o gigante do comércio eletrônico Mercado Livre (BDR: MELI34) começou a olhar o ativo nas últimas duas semanas.
Em meados de setembro, a Stone (BDR: STOC31) contratou bancos para uma possível venda da Linx, o que levou a rumores de interesse dos investidores sobre uma potencial aquisição pela Totvs (TOTS3), que já havia tentado comprar a Linx em 2020. Durante a conferência de resultados do 2T24, a administração da Totvs indicou que ainda poderia estar interessada na Linx.
De acordo com a reportagem, a Totvs ainda não está no processo e o prazo para que os interessados apresentem propostas não vinculantes é o final de outubro. Ainda de acordo com o Brazil Journal, GIC, Advent e Costellation são outros players que demonstraram interesse em analisar os números da Linx.
O Bradesco BBI continuar a ver a Totvs como a compradora mais direta da Linx. No entanto, a atratividade do acordo depende muito da avaliação da empresa. Nesse contexto, o interesse potencial de um player estratégico de peso como o Mercado Livre é uma notícia negativa para a Totvs, avalia o banco.
Diante disso, apesar das iniciativas recentes do Mercado Livre de começar a fornecer soluções de software para PMEs (pequenas e médias empresas), o banco não vê a Linx como um alvo óbvio de M&A (fusões e aquisições) da empresa, pois a Linx atende varejistas maiores do que o vendedor típico da gigante do e-commerce ou cliente adquirente.
Continua depois da publicidade
O Itaú BBA também comenta que a operação não faz muito sentido para o Mercado Livre por várias razões: (1) a clientela da Linx geralmente consiste em empresas maiores em comparação com a base de clientes típica da Mercado Livre, que é focada em pequenas e médias empresas, ou PMEs (a MELI lançou recentemente sua divisão de software visando esse segmento); (2) o Mercado Livre historicamente priorizou o desenvolvimento de soluções proprietárias internas; e (3) a Linx tem mostrado fraco desempenho operacional.
Ou seja, na avaliação do BBA, adquirir e integrar um ativo que oferece sinergias comerciais limitadas e requer um esforço substancial de recuperação não se alinharia com a direção estratégica do Mercado Livre.
No entanto, o BBA disse que não se deve descartar totalmente a possibilidade do envolvimento do Mercado Livre no processo, pois isso pode fornecer insights valiosos para discussões internas sobre seu novo software vertical.
Continua depois da publicidade
Por outro lado, segundo o BBA, a Totvs, como um player estratégico, continua sendo o comprador mais plausível, dadas as potenciais sinergias de negócios. O banco segue com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações do Mercado Livre negociadas na Nasdaq, com preço-alvo de US$ 2.650.
O Itaú BBA reitera recomendação de compra para Mercado Livre com preço-alvo de R$ 2.650.