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O lucro líquido do Mercado Livre (MELI34), empresa com sede na Argentina, somou US$ 123 milhões no segundo trimestre de 2022, um avanço de 79,8% ante mesma etapa de 2021. A receita líquida do grupo no período somou US$ 2,6 bilhões no trimestre, um avanço de 52,5% em dólar, no dobro da velocidade das vendas registradas pelo marketplace no período, a US$ 8,6 bilhões (alta de 26% ano a ano).
Na sequência dos resultados, no pré-market da Nasdaq, às 9h42 (horário de Brasília) desta quinta-feira (4), os ativos MELI subiam 12%, a US$ 997,73. O ativo fechou com alta de 16,16%, a US$ 1.034,83.
A base de usuários chegou ao final de junho em 84,3 milhões, com adição de 3,5 milhões, mostrando forte desaceleração em relação aos últimos dois anos, quando as medidas de isolamento social para conter a pandemia levaram a uma explosão das operações online.
Um dos maiores vetores do aumento das receitas por clientes no grupo foi a expansão acelerada do braço financeiro do grupo, o Mercado Pago, que viu a receita líquida disparar 112,5% em dólares no comparativo anual, a US$ 1,2 bilhão, à medida que tem criado mais linhas de negócios, como seguros e investimentos. A carteira de crédito da unidade fechou junho em 2,7 bilhões de dólares, alta de 12,5% em apenas três meses.
A mudança de foco do Mercado Livre coincide com um período de maior ceticismo dos investidores no mundo todo em relação a modelos de negócio de alto crescimento baseados em tecnologia.
Em entrevista à Reuters, André Chaves, vice-presidente sênior de estratégia do Mercado Livre, destacou que o Brasil, que representou 56% da receita líquida do grupo no trimestre, segue como foco principal da companhia, que anunciou em março um investimento de R$ 17 bilhões para o país em 2022. O plano envolve a inauguração de quatro centros logísticos para dobrar sua capacidade de entregas.
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Para o Itaú BBA, os números foram positivos. “Com crescimento sólido tanto no e-commerce quanto na divisão financeira, a companhia surpreendeu com rentabilidade acima das estimativas”, apontam os analistas do banco, destacando que o lucro antes de juros e impostos, ou Ebit, ficou 18% acima dos números otimistas e acima do consenso, com uma margem de 9,6%.
O índice de inadimplência foi um ponto de atenção, crescendo 3,8 pontos percentuais na comparação trimestral, mas a precificação parece compensatória, na visão dos analistas. “No geral, os resultados foram muito fortes e esperamos que a empresa supere seu pares no online brasileiro no 2T22”, avalia o BBA, que possui recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ativos MELI negociados na Nasdaq. O preço-alvo é de US$ 1.100, ou alta de 23,5% frente o fechamento da véspera.
Os analistas do Credit Suisse ajustaram as suas estimativas para a companhia após o resultado, destacando que os números foram impulsionados pelo desempenho superior da Fintech e com a parte de e-commerce em linha. O GMV (volume bruto de mercadorias) continua crescendo apesar do cenário macro e das bases de comparação difíceis.
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O número de compradores atingiu 40,8 milhões e, como o Mercado Livre continua investindo e melhorando a experiência do usuário, os analistas comentam estarem vendo níveis sustentados de engajamento. Em fintech, o desempenho foi impulsionado pelo volume total de pagamentos (TPV) e pelo crédito.
Os analistas do Credit Suisse seguem com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), elevando o preço-alvo de US$ 1.430 para US$ 1.470, ou upside de 65% em relação ao fechamento da véspera.
O Credit aponta o aumento da taxa e a monetização de cerca de 16% para 20% do GMV e de cerca de 5% para 6% do TPV ao longo dos próximos anos; potencial para consolidar a participação de mercado em meio à crescente adoção do comércio eletrônico e opcionalidade para incluir fontes incrementais de receita de pagamentos. Os analistas do banco suíço destacam como risco principal o contexto macroeconômico mais desafiador em qualquer uma das regiões operacionais.
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O Bradesco BBI viu como mais um forte resultado do Mercado Livre, que mostra a resiliência de seu modelo de negócios
e a força de sua execução. Uma das grandes preocupações dos resultados foi o crédito, e o impacto que uma deterioração na qualidade dos ativos teria nos resultados. Eles também destacaram que a inadimplência teve deterioração – embora parte disso seja em função de crescimento mais lento da carteira de empréstimos – mas a lucratividade continua forte.
O resultado, aponta o BBI, também mostra o foco da empresa em entregar uma rentabilidade mais robusta. Isso está sendo impulsionado tanto pela escala quanto por alguns ajustes táticos para melhor alinhar com as condições atuais do mercado.
Os analistas seguem com visão otimista devido à projeção positiva de expansão da margem e bom momento de ganhos, com estimativas de consenso subindo e recorde de execução em Fintech e e-commerce, além de ações ainda implicando um cenário excessivamente baixista. O banco mantém recomendação outperform para a ação, com preço-alvo de US$ 1.650, ou upside de 85%.
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(com Reuters)
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