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Rumores de fusões entre grandes empresas do setor educacional brasileiro têm ganhado força, com destaque para potenciais negócios envolvendo Yduqs (YDUQ3), Cogna (COGN3) e Vitru (VTRU3).
Segundo relatório do Bank of America (BofA) divulgado na quarta-feira (23), essas movimentações são vistas como uma tentativa de consolidar o mercado, que ainda é bastante fragmentado, especialmente no ensino presencial. No entanto, o relatório aponta que o cenário de fusões e aquisições (M&A) enfrenta desafios no curto prazo.
Entre as negociações mencionadas, a fusão entre Yduqs e Cogna é uma das mais especuladas, conforme noticiado pelo jornal Valor Econômico em setembro deste ano. Se concretizada, essa união criaria uma empresa com aproximadamente 12% de participação no mercado de ensino presencial e 22% no ensino a distância.
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Apesar disso, o BofA acredita que medidas antitruste provavelmente seriam exigidas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), especialmente em seis cidades onde as duas empresas têm uma presença significativa. O principal benefício da fusão seria a complementaridade no ensino presencial, já que a Yduqs, segundo o BofA, opera com uma marca mais premium em comparação à Cogna, enquanto no ensino a distância, a principal vantagem seria o aumento da participação de mercado.
Outro rumor destacado pelos analistas envolve as conversas entre Yduqs e Vitru, também noticiadas em setembro. De acordo com o relatório, essas duas empresas têm uma forte complementaridade no ensino a distância, especialmente em termos de precificação.
Contudo, o BofA observa que a potencial fusão enfrentaria grandes obstáculos regulatórios porque há sobreposição de operações em 465 cidades, o que poderia limitar a participação de mercado da empresa combinada. Se nenhuma restrição fosse imposta, os estrategistas calculam que a fusão poderia levar a uma participação de até 37% no ensino a distância. O problema é que, diz o BofA, provavelmente o Cade interviria o negócio para evitar concentração excessiva.
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Além disso, o BofA analisou a possível fusão entre Vitru e Cruzeiro do Sul (CSED3), que também foi cogitada em setembro, mas negada oficialmente pela CSED3. O relatório aponta que as duas empresas têm uma oferta altamente complementar, com a CSED ainda pouco exposta ao ensino a distância, representando cerca de 30% de sua receita.
Apesar de haver sobreposição em 356 cidades, o impacto sobre a participação de mercado não seria significativo, já que essas cidades têm um peso pequeno na base de estudantes, pontua o relatório. A participação combinada das empresas seria de 29% após as eventuais medidas antitruste.
No entanto, o BofA vê dificuldades para a concretização dessas fusões no curto prazo. Segundo os analistas, mudanças recentes nas regulamentações do ensino a distância geram incertezas quanto às sinergias possíveis, o que, aliado à baixa valorização das empresas do setor, que atingem níveis históricos, e ao alto endividamento das companhias, complica o cenário.
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O setor educacional ainda enfrenta um endividamento significativo, com uma média de dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 2,1 vezes nos últimos 25 anos, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Diante disso, o relatório do BofA alerta que medidas antitruste, especialmente no ensino a distância, seriam necessárias em qualquer potencial fusão, com o risco de os consumidores enfrentarem aumento de preços sendo um ponto a ser considerado para a aprovação pelo Cade.