Marisa (AMAR3): ações têm forte queda após prejuízo superar R$ 100 milhões no 2º tri

A varejista divulgou resultado do segundo trimestre de 2024 na noite da sexta-feira

Camille Bocanegra

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A Marisa Lojas (AMAR3) divulgou seu resultado do segundo trimestre de 2024 na noite da sexta-feira (13). O prejuízo da companhia foi de R$ 102 milhões no período, 60,8% mais alto que os R$ 63,4 milhões observados no mesmo período do ano passado.

Os papéis da varejista encerram o dia com baixa de 6,77% às 14h25 (horário de Brasília) nesta segunda-feira, cotados a R$ 1,10. Em 2024, a companhia já perdeu 70,69% do valor de mercado.

A divulgação dos resultados foi adiada e traz à tona os desafios enfrentados pela varejista, de acordo com a análise da Levante. O atraso foi justificado pela necessidade de “ajustes no cronograma de preparação das demonstrações financeiras auditadas”. Segundo a análise, o atraso, juntamente com o agravamento do prejuízo, denunciam o momento crítico vivido pela varejista.

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Além do prejuízo, o balanço também trouxe más notícias pela auditoria. A verificação foi realizada pela BDO RCS e levantou alguma ressalvas significativas, na visão da Levante, como dificuldades no reconhecimento de provisões para perdas prováveis em processos judiciais e falta de documentação apropriada. Isso, mais ainda que os números negativos, aponta para “cenário de incerteza e falta de clareza nas práticas contábeis da companhia”, segundo a análise.

Esses elementos também colocam à prova a capacidade de reestruturação da companhia, considerando questões críticas de governança e transparência. A Levante considera que, para superação do momento crítico, a empresa precisará lançar mão de medidas como corte de custos, melhora de gestão de estoques e busca por novas parcerias estratégicas.

O gerenciamento de estoques tem sido um dos principais desafios para a varejista, de acordo com a análise, e foi responsável pela queda de 37,9% na receita total da Marisa na comparação anual. A própria empresa atribuiu a queda ao baixo volume de estoques, como consequência de problemas nos dois trimestres anteriores.

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A análise faz a ressalva de que, ao comparar o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) global com o Ebitda apenas do segmento de varejo, a companhia apresenta desempenho muito melhor no varejo. O Ebitda da Marisa como um todo foi de R$ 5,9 milhões enquanto a divisão de varejo sozinha cresceu de R$ 4,1 milhões para R$ 15,8 milhões (na comparação anual).

“Esse contraste entre os resultados globais e os do segmento de varejo sugere que a Marisa está conseguindo implementar algumas medidas de controle de custos e eficiência operacional, embora ainda sofra com desafios estruturais”, sustenta a análise.

Ainda assim, há um longo período a ser percorrido pela companhia, que também é afetada negativamente pelo cenário macroeconômico e setorial. O varejo no Brasil enfrenta fase difícil por si só, com mudança no comportamento do consumidor, pressão por preços menores e concorrência internacional de plataformas como Shein e Shopee.

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