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Após atingir uma participação acionária de 33,25% na BRF (BRFS3), a Marfrig (MRFG3) agora busca ditar os rumos estratégicos na companhia.
Em comunicado ao mercado nesta segunda-feira, a Marfrig informou que seu Conselho de Administração “decidiu que a Companhia deve exercer seus direitos de acionista para passar a influenciar na administração da BRF”.
Por conta disso, afirmou que a Marfrig apresentará à BRF chapa de candidatos a serem indicados para o Conselho de Administração na próxima assembleia geral ordinária da BRF.
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As ações da Marfrig fecharam em baixa de 4,57% e BRF recuaram 2,55%. As demais empresas do setor também desvalorizam no dia: Minerva (BEEF3), -3,04%; e JBS (JBSS3), -1,21%.
Marfrig e BRF
O frigorífico Marfrig é o maior acionista da BRF, seguido pelos fundos de pensão do Banco do Brasil e da Petrobras, com 6,13% e 5,26% do capital total da controladora das marcas Sadia e Perdigão. Além dos fundos, tem participação relevante a Kapitalo Investimentos, com 5,34%.
Conforme a BRF, o envio da proposta da administração para a Assembleia Geral Ordinária, que acontece dia 28 de março, será agora, dia 24 de fevereiro, quando os nomes devem ser conhecido. Para aprovação, a eleição exige maioria dos acionistas presentes.
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“Vemos esse movimento como um passo importante em uma potencial combinação entre Marfrig e BRF, mas também é amplamente esperado pelo mercado”, escreveu o Itaú BBA, em relatório.
“Nossa primeira impressão é a de que o anúncio de hoje dificilmente será um gatilho para os preços das ações das empresas, pois acreditamos que a estratégia da Marfrig de avançar em direção a uma potencial consolidação era amplamente esperada pelos investidores”, acrescentou o BBA.
Para o BBA, a eleição do conselho de administração da BRF provavelmente será um marco importante para definir como os números da BRF são contabilizados no balanço da Marfrig.
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“Caso a Marfrig consiga ter sua chapa eleita, esperamos que a Marfrig consolide totalmente o balanço da BRF, pois a Marfrig poderá exercer influência sobre as decisões estratégicas da BRF”, afirmara os analistas do BBA.
Capitalização da BRF
No início deste mês, uma oferta subsequente de ações (follow-on) da BRF movimentou R$ 5,4 bilhões, em operação voltada apenas para grandes investidores.
A ação saiu a R$ 20, um desconto de 7,5% em relação ao fechamento do pregão do dia anterior. A oferta principal foi de 270 milhões ações e havia ainda a possibilidade de vender um lote extra, de 54 milhões papéis, que não foi exercida.
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A Marfrig participou do follow on, mas apenas no valor que já possuía, para não ser diluída, nem ampliar fatia.
Como escreveu a XP na época da oferta, a operação poderia permitir que a Marfrig comprasse mais ações da BRF sem acionar o mecanismo de poison pill, em 33,3%.
Pelo estatuto da BRF, qualquer acionista que ultrapassar cerca de um terço do capital precisa fazer uma oferta pública para aquisição do capital restante na bolsa. Porém, não foi o que aconteceu.
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Influência da Marfrig
Ano passado, o empresário Abilio vendeu sua fatia de ações para Marfrig, em meio ao aumento da posição do grupo de Marcos Molina na BRF.
Enquanto isso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer aprovando, sem restrições, a aquisição de ações da BRF (BRFS3) pela Marfrig Global Foods (MRFG3).
Na época, a Marfrig havia dito que não pretendia eleger membros para o conselho de administração ou exercer influência sobre as atividades da BRF.
O atual conselho da BRF conta com Pedro Parente como presidente e mais nove membros, dos quais oito são apontados como independentes.
Assim, a Marfrig acabou anunciando hoje uma nova postura em relação à sua investida.
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