Marfrig: BofA eleva preço-alvo e tem compra para MRFG3; ação salta mais de 13%

Bank of America reforça confiança que a desalavancagem no nível da holding deve desbloquear valor para as ações

Felipe Moreira

(divulgação)
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O Bank of America (BofA) elevou o preço-alvo para a Marfrig (MRFG3) de R$18,50 para R$ 21,50, pois permanece construtivo em relação à companhia, uma vez que a contínua desalavancagem no nível da holding deve desbloquear valor para as ações (via dividendos da BRF e a anunciada venda de ativos para a Minerva). O banco também reiterou recomendação de compra. A ação do frigorífico saltou 13,19%, a R$ 14,59, nesta segunda-feira (19), em um dia positivo para o setor e para a Bolsa brasileira em geral.

A elevação de preço-alvo também reflete o aumento do preço-alvo da BRF (BRFS3) de R$ 22 para R$ 24, o que impacta o preço-alvo da Marfrig em R$ 1,2 por papel, além da menor Dívida Líquida no nível da holding, dada a menor alavancagem a partir do 2T24 e maior fluxo de dividendos da BRF.

Segundo as estimativas, a Marfrig deverá receber um total de R$ 1,8 bilhão em dividendos da BRF em 2024 e 2025 (R$ 2,0 por ação da Marfrig). Isso, combinado com o fluxo de caixa da venda de ativos para a Minerva, a ser concluída no final de 2024, deverá levar a uma redução da Dívida Líquida de R$ 26,3 bilhões no 2T24 para R$ 18,9 bilhões em 2025.

O BofA também vê as ações sendo negociadas com um alto desconto na soma das partes, em 34%, em comparação com a média de 29% nos últimos 12 meses.

Em termos de lucratividade, o banco reduziu sua expectativa e Ebitda (ex-BRF) em 10% neste ano para refletir margens mais fracas na operação de carne bovina nos EUA no segundo semestre e margens mais baixas na América do Sul, dado o cenário desafiador fora do Brasil.

Já para 2025, a expectativa permanece praticamente inalterado. Em uma base consolidada, o Bank of America elevou suas estimativas em 12% para 2024 e 8,5% para 2025, devido às maiores estimativas para a BRF.

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De acordo com relatório, o momento dos resultados da Marfrig é misto, devido ao ciclo negativo de gado nos EUA, aos altos preços do gado na Argentina, mas com margens sólidas no Brasil.

No entanto, a empresa conseguiu superar e entregar margens em 200-300 pontos-base (bps) acima do restante da indústria, graças à sua integração vertical. Esta é uma estratégia que a empresa está começando a implementar na América do Sul, com o objetivo de alcançar uma integração vertical de 25% na produção de gado, tendo já investido R$ 2,0 bilhões em capital de giro no 1S24.

Para analistas, a iniciativa começará a gerar resultados no segundo semestre (principalmente no 4T) e será importante monitorar o impacto nas margens de curto prazo e o impacto de médio prazo na redução da volatilidade das margens.