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300 novas vagas de cursos de medicina foram aprovadas pelo Ministério da Educação, de acordo com decisões publicadas no Diário Oficial na sexta-feira passada. O órgão analisou cerca de 11 pedidos de abertura de cursos com 1440 vagas e concederam aprovações para 5 pedidos. A notícia é boa para Cogna (COGN3) e Cruzeiro do Sul (CSED3), e negativa para Ser Educacional (SEER3).
A Cogna recebeu aprovação para abertura de unidade médica em São Luís, no Maranhão. A nova unidade terá 60 vagas e a aprovação surpreendeu analistas, uma vez que outras companhias haviam apresentado pedidos antes. O resultado foi visto como positivo pelo JPMorgan, que estuda que o ganho representa R$ 90 milhões, ou cerca de 3% do valor de mercado da empresa.
“O desempenho da Cogna tem sido modesto e as metas estão se tornando mais difíceis de alcançar, e as novas vagas de medicina são bem-vindas”, considera o Morgan Stanley sobre a aprovação.
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A Cruzeiro do Sul (CSED3) também teve mais 60 vagas aprovadas, em Itu, no estado de São Paulo. A companhia teve duas negativas, em Caraguatatuba (SP) e São Paulo (SP). Ainda assim, a aprovação é vista como um risco positivo para a companhia, uma vez que a companhia tem enfrentado dificuldades para melhorar suas margens.
A Ser Educacional teve seus pedidos rejeitados. Para a companhia, a rejeição não representa somente não abertura de mais vagas. A negativa também obrigará a companhia a promover a interrupção da operação nas unidades que já havia iniciado o processo de captação de alunos. Os pedidos rejeitados foram no Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a empresa já tinha obtido autorização judicial para iniciar a captação para 120 vagas.
Risco para o setor
Para além do impacto individual nas companhias citadas, o Morgan Stanley destacou também a pressão setorial presente na movimentação. Segundo o banco, a adição de capacidade está ocorrendo em um ritmo mais rápido que o esperado.
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Na prática, isso pode significar pressão no poder de precificação e também a ocupação no longo prazo. O excesso de oferta poderia, também, desvalorizar as vagas. A pressão viria não somente de vagas aprovadas pelo Ministério da Educação mas também por decisões judiciais (como a que havia beneficiado temporariamente a Ser Educacional). O Morgan estima que decisões judiciais trouxeram cerca de 1,6 mil novas vagas ao sistema, o que representa 3,7% da atual capacidade.