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O Itaú BBA aponta que investidores locais estão menos otimistas em relação às commodities do que estavam há seis meses, o que levou a uma diminuição das posições ao longo do primeiro semestre de 2024.
Segundo levantamento, cerca de 50% dos investidores entrevistados afirmaram que suas alocações em ações de Siderurgia e Mineração (S&M) e Papel e Celulose (P&P) estavam abaixo das médias históricas de seus portfólios, em comparação com 42% na pesquisa anterior.
Portanto, as commodities perderam participação desde a última pesquisa, e 25% dos investidores estão alocando atualmente mais de 10% de seus portfólios em commodities ante 36% da última pesquisa, com 75% alocando de 0% a 10% contra 64% anteriormente. Cabe frisar que as ações de S&M e P&P representam 18,4% do índice Ibovespa.
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O setor de Papel e Celulose é a principal escolha para 71% dos entrevistados, seguido pelo setor de Aço com 19% e o setor de Mineração com apenas 10%. Na pesquisa anterior, Mineração era o setor preferido com 58%, seguido por Papel e Celulose com 33%, e Aço com 9%.
De acordo com relatório, mudança reflete o forte momento operacional para os preços de celulose no primeiro semestre de 2024, impulsionado por uma dinâmica de oferta e demanda melhor do que a esperada na Europa, tendências positivas na China e interrupções globais na oferta.
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Apesar do ruído em torno de potenciais aquisições e alocação de capital, a Suzano (SUZB3) permanece como a principal escolha no setor, preferida por 82% dos investidores, seguida pela Klabin (KLBN11) com 13%.
O BBA comenta que o momento desafiador no setor parece ser um bom ponto de entrada para os investidores. Apesar das tendências positivas no primeiro semestre de 2024, o banco espera que os preços da celulose diminuam no segundo semestre de 2024, principalmente devido a melhor oferta de celulose e demanda downstream mais fraca na China e na Europa.
Nesse contexto, os dados coletados sugerem que a maioria dos investidores acredita que os preços começarão a corrigir neste trimestre (68%), enquanto 26% deles esperam que a correção comece no quarto trimestre de 2024. Dos pesquisados, 62% preveem uma faixa mínima de US$ 550 a 600 por tonelada, enquanto 18% projetam US$ 600 a 650 a tonelada.
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Para analistas, os investidores acreditam que este cenário pode criar um ponto de entrada atrativo à frente, dado que 56% dos entrevistados planejam aumentar sua posição em empresas de P&P até o final do ano, enquanto 32% pretendem manter sua exposição atual.
Mineração perde espaço para siderurgia
Nos últimos 18 meses, os investidores mostraram uma preferência pela Mineração em relação ao Aço, uma tendência que mudou na última pesquisa. Atualmente, apenas 10% dos investidores classificam a Mineração como seu setor principal contra mais da metade (58%) na última pesquisa, enquanto 19% preferem aço, um aumento de 10 pontos percentuais em relação aos dados anteriores.
A equipe de research do BBA conclui que o novo sistema de cotas para aço importado, combinado com esforços específicos de redução de custo, está levando os investidores a adotarem uma postura mais positiva em relação ao setor.
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Segundo a pesquisa, 57% dos investidores acreditam que o novo framework permitirá que as siderúrgicas implementem aumentos de preços adicionais. No entanto, ao considerar os preços de HRC e Rebar, uma proporção menor prevê novos aumentos (45%), 50% preveem estabilidade de preços, enquanto apenas 5% dos investidores antecipam quedas até o final do ano.
Após a mudança nas preferências, Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) agora compartilham a preferência dos investidores com aproximadamente 40% cada, marcando uma alteração significativa em relação à última pesquisa, onde a Vale obteve aproximadamente 90% da preferência.
Dessa forma, o BBA pontua que esta mudança reflete o momento desafiador para os preços do minério de ferro, em meio a uma perspectiva mais difícil para a economia chinesa. Mais especificamente, o preço do minério de ferro caiu US$ 33 por tonelada no acumulado do ano.
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Além disso, analistas destacam que as expectativas da maioria dos investidores estão alinhadas com suas previsões para o minério de ferro em 2024 – o banco projeta o preço médio do minério de ferro de US$ 110 por tonelada, enquanto 51% dos investidores esperam que o preço esteja na faixa de US$ 106 a 110 tonelada e 13% estimam US$ 111 a 115 a tonelada. No geral, os investidores antecipam estabilidade em termos de posicionamento até o final do ano, com 62% deles afirmando que sua alocação no setor de S&M provavelmente permanecerá a mesma.