Magazine Luiza (MGLU3) tem prejuízo líquido de R$ 135 mi no 2º tri de 2022; destaca crescimento do marketplace

Receita líquida caiu por conta de menor aquisição de bens duráveis mas lucro bruto avançou por conta do programa de vendas online

Vitor Azevedo

(Divulgação)
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A Magazine Luiza (MGLU3) registrou um prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 89,1 milhões do mesmo período do ano passado.

O desempenho, em parte, reflete o recuo da receita líquida da varejista, que caiu 5% na base anual, para R$ 8,5 bilhões. A receita bruta caiu na mesma porcentagem, chegando a R$ 10,3 bilhões, impactada, de acordo com a companhia, pelo menor volume de vendas nas categorias bens duráveis.

Segundo a Refinitiv, o consenso do mercado era de um um lucro líquido de R$ 161,7 milhões, com uma receita líquida de R$ 8,8 bilhões.

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O lucro bruto do Magazine Luiza, no entanto, aumentou 6,3% no ano, para R$ 2,4 bilhões, explicado pelo salto de 3 pontos percentuais da margem bruta, para 28,6%, pouco acima do consenso de 28%.

“Desde o começo do ano temos comunicado ao mercado que o cenário mudou e que ajustaríamos a operação a esse momento. Repassamos inflação de custo, repassamos o aumento da taxa de juros”, explica Vanessa Papini Rossini, gerente de Relações com Investidores da varejista, sobre a alta.

Segundo a companhia, a alta, porém, se deu, principalmente, por conta de uma maior receita de serviços provinda do marketplace.

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De acordo com Rossini, a companhia vem avançando em se tornar um hub de serviços para as lojas parceiras – oferecendo logística, lucrando com custo transacional e também disponibilizando o serviço de antecipação de recebíveis. Com isso, tem avançado em sua receita provinda deste braço.

“O seller está vendendo parcelado, a duas, três vezes, e a gente fornece o valor à vista para o vendedor. Isso é muito importante para essas empresas, pois é uma forma de se financiar o capital de giro das operações. E fazemos isso com um custo competitivo”, explica.

As vendas do marketplace totalizaram cerca de R$3,6 bilhões no trimestre, um crescimento de 22% comparado ao mesmo período do ano anterior, e representaram 36% das vendas online.

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“Celebramos a marca de 200 mil sellers, dobrando o número em menos de um ano. Temos não só crescimento de vendedores, mas também de mercadorias e de categorias”, afirma Rossini. “Atribuímos a isso, além do programa parceiro Magalu, o lançamento da Caravana, que está atraindo até seis vezes mais vendedores por cada cidade que passa”.

Apesar do avanço do lucro bruto, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 1,7%, para R$ 457,4 milhões.

A Magazine Luiza pontua, porém, que R$ 34,6 milhões subtraídos desse lucro operacional são provenientes de gastos não recorrentes (com provisões para riscos tributários e honorários de especialistas). De acordo com a loja, ao se avaliar o Ebitda ajustado teriam sido registrados R$ 492,1 milhões, alta de 8% no ano. Não fosse por esses custos, o prejuízo ajustado seria de R$ 112,1 milhões.

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“A diferença com gastos não recorrentes foi de R$ 20 milhões, em patamar menor daquilo que vimos nos últimos dois trimestres”, diz a gerente. “Os últimos trimestres foram de ajustes. Tudo o que fizemos em para ajustar as margens, como eu já comentei, foram tratados por nós como não recorrente”, complementa.

As despesas operacionais da Magazine Luiza, que englobam os gastos com vendas e administrativos, ficaram em R$ 1,9 bilhão, alta de 2,2% no ano.

As despesas com vendas totalizaram R$ 1,6 bilhão, equivalentes a 18,3% da receita líquida, com um aumento de 0,4 ponto percentual comparado ao mesmo período de 2021, associado, de acordo com a Magalu, à menor diluição das despesas nas lojas físicas e ao crescimento do marketplace.

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A varejista, por fim, registrou um resultado financeiro negativo em R$ 493,8 milhões, número 115% maior do que os R$ 229,7 milhões do segundo trimestre de 2021, alta explicada, principalmente, por conta do aumento da taxa de juros brasileira.

A Magazine Luiza fechou junho com uma posição de caixa líquido de R$ 2,1 bilhões.

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