Magazine Luiza (MGLU3) reverte prejuízo e chega a 3º trimestre consecutivo de lucro

Crescimento de margens ajudou a varejista a fechar mais um balanço no azul

Mitchel Diniz

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A rede varejista Magazine Luiza (MGLU3) reverteu prejuízo de R$ 198,8 milhões, reportado no segundo trimestre de 2023, para um lucro líquido recorrente de R$ 37,4 milhões, no período de abril a junho deste ano. Com esse ganho na última linha do balanço, a empresa fechou o seu terceiro trimestre consecutivo no positivo.

Os números confirmaram a previsão de analistas, que projetaram para este trimestre um forte incremento de margem para o período.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 62% ano a ano, para R$ 711 milhões. Enquanto isso, a margem Ebitda ajustada foi de 7,9%, com alta de 2,8 pontos percentuais, impulsionada pela margem bruta, de 30,9% (com crescimento anual de 21, pontos percentuais).

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“Há algum tempo falamos que o nosso objetivo é retomar patamares históricos de rentabilidade. Já estamos nos aproximando desse patamar e acredito que é possível ir além. Hoje, temos muito mais serviços e oportunidades, com margens (rentabilidade) mais altas”, afirmou Roberto Belissimo Rodrigues, CFO do Magazine Luiza ao InfoMoney.

O executivo disse que a companhia se preparou para dar lucro em um ambiente juros elevados. “Óbvio que, se os juros caírem mais, a gente vai se beneficiar. Mas, mesmo com a taxa ainda elevada, estamos superando nossos objetivos e contornando essa situação (de juros elevados)”, afirmou.

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Aumentar as vendas por meio do pix e reduzir o prazo médio das compras sem juros são algumas das muitas práticas que a empresa adotou para enfrentar esse cenário, acrescenta a companhia.

Balanço Magazine Luiza (MGLU3)

A receita líquida da Magazine Luiza no segundo trimestre de 2024 foi de R$ 9,01 bilhões, uma alta de 5,1%. As vendas totais alcançaram R$ 15 bilhões no período, com um crescimento de 4% em bases anuais.

As lojas físicas venderam R$ 5 bilhões no trimestre, um aumento de 14% em relação ao mesmo período em 2023. Nas unidades aberta há pelo menos um ano, as vendas avançaram 16%. Esse foi o maior crescimento de vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) em quatro anos, segundo a empresa.

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No e-commerce, as receitas foram a R$ 10,8 bilhões, com um crescimento tímido de 0,9%. “Crescemos menos porque focamos em aumentar rentabilidade para acelerar crescimento, com margem mais alta”, disse o CFO.

O marketplace respondeu por 40% das vendas, atingindo R$ 4 bilhões, com alta anual de 4%, e atingindo 359 mil vendedores. A receita de serviços, associadas às comissões do marketplace cresceram 11,2%, ultrapassando R$ 1 bilhão.

“Conseguimos aumentar margem bruta e crescer vendas ao mesmo tempo, o que é super difícil no varejo”, explica Rodrigues.

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Caixa e dívida

A empresa informou ainda que a geração de caixa operacional atingiu R$ 2,2 bilhões nos últimos 12 meses, praticamente triplicando o total registrado no ano anterior, como consequência do melhor desempenho operacional e evolução do capital de giro – que apresentou uma melhora de R$ 1 bilhão em relação ao segundo trimestre de 2023.

“Melhoramos nosso capital de giro com redução de estoques, aumento de fornecedores e saldo de imposto”, explica o CFO.

A empresa encerrou o mês de junho com uma posição de caixa total de mais de R$ 6,5 bilhões. No trimestre, a varejista realizou o pagamento de R$ 2,1 bilhões em dívidas, zerando débitos de curto prazo. Com isso, o caixa líquido ao término do trimestre alcançou R$ 2 bilhões.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados