Magazine Luiza (MGLU3): por que a ação saltou e foi destaque do Ibovespa nesta 2ª?

Além dela, outras ações de consumo e varejo tiveram fortes ganhos

Lara Rizério Agências de notícias

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As ações do setor de consumo e varejo registraram forte alta na sessão desta segunda-feira (17), com o índice do setor de consumo (ICON) fechando em alta de 0,94%.

Em destaque no Ibovespa, o varejista Magazine Luiza (MGLU3) avançou 7,86% (R$ 7,96); fora do índice, o Grupo Casas Bahia (BHIA3) viu os seus ativos saltarem 5,52% (R$ 3,25).

Ainda em destaque entre os maiores ganhos, estiveram Vamos (VAMO3, R$ 5,29, +5,80%), CVC (CVCB3, R$ 2,07, +4,55%), Yduqs (YDUQ3, R$ 12,04, +4,24%), Assaí (ASAI3, R$ 7,78, +4,01%), Cyrela (CYRE3, R$ 22,57, +3,39%), Lojas Renner (LREN3, R$ 14,11, +3,37%) e Natura&Co (NTCO3, R$ 13,97, +3,25%).

O pregão de modo geral mais positivo para ações sensíveis a juros, dado o declínio nas taxas dos juros futuros (DIs). Isso por um motivo que aparente seria um contrassenso para a alta das ações destes setores: a desaceleração da atividade econômica.

As taxas dos DIs fecharam o dia em baixa firme após dados do Banco Central mostrarem queda da atividade em dezembro, em mais um indício de desaceleração da economia brasileira.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 — um dos mais líquidos no curto prazo — estava em 14,67%, ante o ajuste de 14,794% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,575%, ante o ajuste de 14,791%.

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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,29%, em queda de 26 pontos-base ante 14,553% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,25%, ante 14,514%.

Considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br caiu 0,7% em dezembro ante novembro, em dado dessazonalizado. O resultado foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 0,4%.

Foi o resultado mensal mais fraco desde maio de 2023 (-1,72%), levando o índice a fechar o quarto trimestre com estagnação na comparação com os três meses anteriores, em dado dessazonalizado. Na comparação com dezembro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,4%, segundo números observados.

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O IBC-Br pior que o esperado se juntou a outros dados recentes que sugerem desaceleração da economia no Brasil. Na semana passada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia revelado dados de serviços, varejo e núcleos de inflação mais favoráveis ao controle da inflação.

“A economia brasileira está desacelerando, não tem maiores dúvidas em relação a isso. Resta ver que tamanho de desaceleração é esta”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, ao analisar o resultado do IBC-Br.

“O BC está obviamente olhando todos estes dados e tentando ver como é esta tendência de desaceleração, se é mesmo tendência, se não é só ruído, mas o fato é que a curva de juros tem reagido com uma queda forte”, destacou Gala. “O juro longo está caindo bastante, com esta visão de que, crescendo menos, o Brasil desacelera e a pressão inflacionária cai.”

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(com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.