SÃO PAULO — A varejista Magazine Luiza (MGLU3) teve queda de 76,7% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 30,8 milhões.
Apesar da queda no lucro, a companhia conseguiu aumentar a receita líquida em 20,9% na comparação anual, para R$ 5,235 bilhões.
Com isso, a margem líquida da Magazine Luiza (relação percentual entre lucro líquido e receita líquida) foi de 0,6% no primeiro trimestre de 2020, contra 3,1% no mesmo período do ano passado.
As vendas totais, que incluem marketplace, cresceram 34% nos três primeiros meses deste ano em relação ao valor registrado um ano antes, totalizando R$ 7,663 bilhões. O e-commerce foi responsável por mais da metade do desempenho (53,3%).
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da varejista ficou em R$ 332,6 milhões, queda de 15,9% na comparação anual.
Assim, a margem Ebitda (relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa, o Ebitda) ficou em 6,4%, ante 9,1% no primeiro trimestre do ano passado.
“Por 13 trimestres consecutivos crescemos acima de 50% na operação online. Nenhum outro player de mercado cresceu de maneira tão consistente nesses últimos anos”, destacou a empresa.
“O Magalu está pronto para digitalizar o varejo brasileiro por meio do desenvolvimento de um ecossistema. No universo das vendas digitais, seremos o que há de mais completo — um plano”, completou.
A Magazine Luiza encerrou o primeiro trimestre com 1.157 lojas físicas, sendo 51 quiosques em parceria com as Lojas Marisa.
“Até o início da segunda quinzena de março, quando a pandemia de Covid-19 começou a evoluir no Brasil, as vendas nas lojas físicas apresentavam crescimento expressivo”, afirmou a empresa.
Com o início do processo de isolamento social, que culminou no fechamento temporário de todas as unidades a partir de 20 de março, a varejista estimou que as lojas físicas tenham deixado de vender o equivalente a R$ 500 milhões.
Caixa e dívida
A Magazine Luiza informou que a variação do capital de giro foi negativa no primeiro trimestre em função da sazonalidade do varejo, acentuada pelos efeitos da Covid-19.
“Com o risco de ruptura na cadeia de abastecimento e a tendência de alta do dólar, a Companhia estrategicamente aumentou o nível de estoques no início do ano. Além disso, o fechamento temporário das lojas no final de março contribuiu para o aumento do giro dos estoques”, disse.
Sobre o caixa, a varejista afirmou que a posição líquida ajustada aumentou de R$ 1,4 bilhão em março de 2019 para R$ 3,8 bilhões em março de 2020, em função da geração de caixa, dos investimentos e aquisições realizados, bem como da oferta subsequente de ações concluída em novembro de 2019.
A varejista encerrou os três primeiros meses deste ano com uma posição total de caixa de R$ 4,6 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,6 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$ 2 bilhões.
Já a dívida líquida da companhia passou de R$ 3,9 bilhões em dezembro de 2019 para R$ 1,77 bilhão no fim de março deste ano.
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