Magalu e Casas Bahia saltam até 15%; Squadra encerra posição vendida nas varejistas

Movimento ocorre após forte desvalorização das ações

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)
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As ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltaram 10,65% (R$ 13,92) e as da Casas Bahia (BHIA3), que não está no Ibovespa, dispararam 15,61% (R$ 5,85), na sessão desta segunda-feira (19). A disparada tem como pano de fundo carta da gestora Squadra aos cotistas citando que encerrou posição “short” (vendida, com aposta na queda) no setor de varejo, que incluía os ativos das companhias.

Em uma análise sobre o setor de varejo em sua carta semestral, a Squadra, conhecida por sua posição short em IRB em 2020, ressaltou que, no último ano, as posições em Magazine Luiza e Casas Bahia representaram as maiores contribuições short para a sua estratégia, com suas ações tendo desvalorizado -64% e -90%, respectivamente. Além disso, o fundo teve ganhos com investimentos short nos varejistas especializados Petz (PETZ3) e Carrefour Brasil (CRFB3).

Sobre as duas principais contribuições, alguns episódios marcantes aconteceram na direção do cenário que vislumbravam:
(i) Em setembro de 2023, a Casas Bahia fez uma oferta primária “para promover a melhora da estrutura de capital da companhia” com a emissão de 49% de novas ações. Adicionalmente, os investidores do follow- on receberam bônus de subscrição, totalizando uma emissão potencial correspondente a 88% de sua base acionária pré-operação,
(ii) Em novembro de 2023, o Magazine Luiza, em fato relevante, informou que tinham sido “identificadas incorreções em lançamentos contábeis relacionadas ao período de competência do reconhecimento contábil de bonificações em determinadas transações comerciais”, refletindo ajustes de R$ 1,257 bilhão (bruto de impostos):
(iii) Em janeiro deste ano, o Magazine Luiza anunciou um aumento de capital privado de R$ 1,25 bilhão. O fato relevante ressaltou “a otimização da estrutura de capital da Companhia” como uma das finalidades da captação. Além disso, também foi destacado que a transação “intensifica a redução das despesas financeiras atualmente em curso”, a despeito de a companhia se apresentar com “Caixa Liquido Ajustado” em seus releases gerenciais e métricas de covenant,

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(iv) Casas Bahia promoveu determinados reperfilamentos de dívidas junto a seus credores. Esse quadro evoluiu para uma Recuperação Extrajudicial, que foi homologada neste mês de junho.
Ao longo do último ano, companhias de varejo que estavam apresentando rentabilidade inferior ao custo de capital e sucessivas queimas de caixa mostraram desaceleração de crescimento, ou até queda de receitas. Para a Squadra, seus executivos têm se mostrado mais alinhados com agendas de ganhos de eficiência e otimização, com fechamentos de estruturas atuais e reduções nos planos de expansão de lojas e redes logísticas.

Em entrevistas e comunicações recentes, parte deles tem enfatizado a necessidade de priorizar a recuperação de rentabilidade, que segue deteriorada, ou mesmo buscar uma maior especialização dos modelos de negócio.
“Com as quedas verificadas nas ações, no encerramento do semestre, o fundo Long-Biased possuía apenas uma alocação short residual no setor de varejo, que foi encerrada desde então”, apontou a Squadra.

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