Macri vence rival Kirchner em eleição primária – e mercado comemora na Argentina

Bolsa da Argentina sobe mais de 3%, enquanto peso também se valoriza após vitória do presidente argentino nas eleições primárias do país

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O presidente da Argentina, Mauricio Macri, saiu vitorioso após os resultados das primárias legislativas terem sido anunciados na noite de domingo (13). Os candidatos da coalizão “Cambiemos” tiveram um bom resultado e mostraram que são a principal força política do país. Com isso, os mercados comemoram por lá, com as ações “aliviadas” depois do resultado melhor do que o esperado para os candidatos da situação. 

Além das primárias serem uma espécie de “pesquisa” para as próximas eleições legislativas do dia 22 de outubro na Argentina, o domingo eleitoral representou uma passagem política considerada chave, não apenas para o “macrismo” como também para o chamado “peronismo”, conforme destacou a Agência Ansa. A ex-presidente Cristina Kirchner, que luta para ser eleita senadora por Buenos Aires, a maior província, e com 95,68% dos votos já analisados, o representante do Cambiemos, o ex-ministro da Educação Esteban Bullrich, estão fazendo uma disputa voto a voto. Até agora, o ex-ministro tem 34,19% dos votos contra 34,11% de Kirchner, desafiando as expectativas de uma vitória fácil para a peronista. 

Desta forma, o índice de ações argentino Merval registrava alta de 3,37% às 15h42 (horário de Brasília), enquanto o peso argentino, que já caiu 10% ante o dólar desde que Cristina Kirchner anunciou a sua candidatura em junho, recuperou um pouco das quedas ao subir 3,4%, a 17,11 por dólar. O desempenho é o maior em um dia em 17 meses e coloca o peso em seu nível mais forte em quase um mês.

“Claro, há um longo caminho até a votação final de outubro, mas o presidente Macri agora parece estar em uma boa posição. E uma melhoria contínua nas condições econômicas deve ajudar o partido no poder a manter seu atual nível de apoio nos próximos meses “, aponta a Capital Economics.  Caso a vitória for repetida na eleição de 22 de outubro, o Cambiemos se colocará como principal força política do país – terá maioria na Câmara dos Deputados e aumentará seu tamanho no Senado.

A consultoria Ashmore aponta ainda que as pesquisas mostravam um forte desempenho de Cristina Kirchner, o que não aconteceu. “Uma demonstração de força de Cristina Kirchner teria pavimentado o caminho para o seu renascimento político, o que teria sido um desastre para o país. As eleições primárias também são um importante indicador da popularidade do governo. O resultado das eleições de médio prazo agendadas para 22 de outubro de 2017 podem afetar a capacidade do governo de implementar reformas na Argentina nos próximos dois anos”, destacaram a Ashmore.  Porém, vale destacar que, apesar da vitória de Macri, Kirchner mostra que ainda tem força – o que será monitorado pelos mercados. 

(Agência Ansa) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.