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SÃO PAULO – O Bradesco (BBDC3;BBDC4) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,753 bilhões no primeiro trimestre de 2020, uma baixa de 39,8% na comparação com igual período do ano passado, em meio à provisão de R$ 2,7 bilhões para absorver perdas com o aumento da inadimplência esperado com a crise do coronavírus. O lucro contábil foi de R$ 3,382 bilhões, recuo de 41,9%.
Com essa queda do lucro, o retorno sobre o patrimônio caiu de 20,5% no primeiro trimestre de 2019 para 11,7% nos primeiros três meses deste ano.
O Bradesco diz que reconheceu, adicionalmente, R$ 2,7 bilhões no trimestre, que se soma à parcela pré-existente de R$ 2,4 bilhões, reservada para possíveis perdas em cenário econômico adverso,
totalizando provisão de R$ 5,1 bilhões.
Segundo a instituição, as provisões foram reforçadas como consequência do cenário econômico adverso que poderá resultar no aumento do nível de inadimplência em meio à da falência de empresas, elevação do desemprego e degradação do valor das garantias.
O Bradesco registrou R$ 6,708 bilhões em despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD), no critério expandido, incluindo baixas contábeis de títulos financeiros, para se proteger do impacto do coronavírus sobre clientes, alta de 86,1% frente igual período de 2019 e 68,5% acima frente ao quarto trimestre daquele ano.
A margem financeira do banco, por sua vez, subiu 2,9% frente o primeiro trimestre do ano passado e somou R$ 14,5 bilhões. Já os ativos totais somaram R$ 1,49 trilhão, alta de 7,1% na base de comparação anual.
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A carteira de crédito expandida foi de R$ 655,09 bilhões, alta de 17% na base anual. A alta foi liderada pelas operações com pessoas jurídicas com o aumento da demanda de grandes empresas no início da pandemia, de R$ 415,880 bilhões, crescimento de 6,6% em três meses e de 15,6% em 12 meses. A carteira de pessoas físicas somou R$ 239,214 bilhões, alta de 2,6% em relação a dezembro de 2019 e de 19,5% na comparação anual.
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 8,283 bilhões no período, alta de 2,6% ante igual período do ano anterior. Já as despesas operacionais caíram 0,4%, a R$ 11,757 bilhões.
A inadimplência da carteira de crédito: o índice de operações com atraso superior a 90 dias foi de 3,3% em dezembro de 2019 para 3,7% em março de 2020. Na base anual, houve alta de 0,4 ponto percentual.
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O banco Morgan Stanley avaliou que o Bradesco teve um 1º trimestre “duro” em 2020. Contudo, ele não foi tão negativo como pareceria à primeira vista.
O banco americano cita que o Bradesco teve os resultados impactados pela queda na taxa básica de juros Selic, pela menor quantidade de dias úteis no período e, finalmente, pelo forte aumento nas provisões para clientes inadimplentes, que foi de R$ 7,3 bilhões no 1º trimestre, “46% maiores que nossa projeção de R$ 5,03 bilhões” , comentou o Morgan Stanley.
Segundo o banco americano, o Bradesco se antecipou e reservou mais R$ 2,7 bilhões em provisões, prevendo dias difíceis pela frente com a epidemia do coronavírus. O Bradesco suspendeu na manhã de hoje o guidance (projeção) para 2020. “Excluindo as provisões, os resultados não parecem muito ruins, com queda de apenas 4% em comparação ao quarto trimestre do ano passado, um efeito bastante normal na passagem do último trimestre de um ano para o primeiro de um novo ano”, comenta o Morgan Stanley.
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