Lucro da M. Dias Branco mais que dobrou no primeiro trimestre, para R$ 154,9 milhões

Custos menores e resultados financeiros ajudaram a compensar queda na receita e no volume de vendas

Alexandre Inacio

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O lucro da M. Dias Branco (MDIA3) mais do que dobrou no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado cresceu 121,6%, para R$ 154,9 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 59,6%, para R$ 277,3 milhões. Já a receita da companhia recuou 13,9%, para R$ 2,14 bilhões, em razão do menor volume de vendas na categoria de biscoitos.

Em parte, os melhores resultados refletem a queda nos custos das principais matérias-primas utilizadas pela empresa. Em comparação ao mesmo período do ano passado, os preços do trigo e do óleo de palma recuaram 35,3% e 46,2%, respectivamente. Na média, o custo de matéria-prima caiu 34%.

“Nosso resultado financeiro também foi muito melhor do que no ano passado. Além disso, estamos com uma posição de caixa muito mais confortável”, disse Fabio Cefaly, diretor de novos negócios e relações com investidores da M. Dias Branco, ao IM Business.

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Fabio Cefaly, diretor de relações com investidores e novos negócio da M. Dias Branco (foto: Jarbas Oliveira/Divulgação)

A M. Dias fechou o trimestre com um lucro financeiro 2,2 vezes maior que o do mesmo período de 2023, de R$ 192,9 milhões, resultado da queda nas despesas financeiras. A companhia gerou R$ 138 milhões de caixa livre, 2,4 vezes mais do que no primeiro trimestre do ano passado.

Com R$ 2,17 bilhões no caixa e com uma relação entre a dívida líquida e o Ebitda negativa em 0,1x, o mercado se questiona se uma nova aquisição estaria por vir. Em fevereiro a M. Dias disse que olha oportunidades nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Segundo Cefaly, os M&As estão sempre no radar, mas têm o seu tempo. Parte desses recursos será usada no programa de recompra de ações, aprovado pelo conselho de administração em abril. A empresa pretende comprar até 3,58 milhões de ações.

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“Os preços [das ações] ainda não refletem toda a transformação ocorrida na empresa ao longo dos últimos meses”, disse Cefaly.

Segundo o executivo, a queda na receita e no volume comercializado se explica pela fase final de implementação do SAP. A M. Dias precisou suspender por dez dias sua operação no início de janeiro, deixando de vender 31 mil toneladas de produtos. O volume equivale a R$ 60 milhões.

“Não foi falta de demanda. Em 18 meses de projeto, paramos por apenas 10 dias e, em menos de três meses, conseguimos recuperar as margens e o share de mercado”, disse o executivo.