JPMorgan eleva projeção para Renner após alta de 29% em agosto: “estrelas alinhadas”

Após períodos mais desafiadores, Renner parece pavimentar melhores caminhos para o próximo semestre e os próximos anos

Camille Bocanegra

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As estrelas parecem estar se alinhando para as Lojas Renner (LREN3), segundo análise do JPMorgan. Em agosto, os papéis da companhia estiveram entre as maiores altas do mês (a quarta maior), com variação positiva de 28,8%. O resultado divulgado no dia 8 de agosto somado à visão de que a companhia pavimenta melhor caminho para o segundo semestre tem trazido otimismo para analistas.

Como o relatório do banco estrangeiro reforça, a companhia enfrentou período desafiador entre o segundo semestre de 2022 e o segundo trimestre de 2024. O pior, no entanto, parece já ter passado. Ainda os resultados do último tri apontem para desafios para receita, os aspectos qualitativos mostram bom controle de giro de produtos. Além disso, os dados mostraram também saúde financeira mais robusta na frente de financiamento ao consumidor, a Realize, assim como uma estrutura de despesas vista como mais enxuta.

A perspectiva de curto prazo da companhia é de macro melhorando com baixo desemprego e inflação ainda em patamares baixos, menor alavancagem do consumidor e taxas de inadimplência. O cenário também é visto como mais favorável, com maiores impostos sobre produtos importados. O banco cita também que o panorama mostra uma agressividade comercial mais estável ou, até mesmo, menor.

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Ao revisar as estimativas, o JPMorgan considera a estimativa de lucro por ação em 12% em 2025 e 11% para 2026. O preço-alvo foi majorado para R$ 21 dos R$ 19 anteriores, com um potencial de valorização de 24%, considerando que o bom momento de valorização das ações deve se manter. A recomendação foi mantida em overweight (peso superior, similar à compra).

“Neste ponto, vemos uma avaliação não exigente de 10 vezes o preço sobre lucro para fim de 2025 e um potencial de valorização de +20% em relação ao consenso do EPS [lucro por ação] para fim de 24 e fim de 25, devido a melhores resultados tanto no varejo quanto no Realize”, ponderam.

O banco que a varejista deve apresentar provável aceleração na abertura de lojas, assim como maior rentabilidade no varejo. Na frente das lojas, a companhia tem apresentado uma estratégia de implantação e desenvolvimento de locais melhores para inserção em novas cidades. A companhia estaria melhor posicionada que a concorrência para aceleração na abertura de lojas nos próximos anos, enquanto os planos de outros players seriam mais moderados.
Por fim, a frente Realize tem alavancado as vendas no varejo. Com melhoria no portfólio de empréstimo, a companhia pode aumentar a penetração do próprio crédito nas vendas do varejo.

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“No entanto, apesar do aumento das expectativas em relação à sua contribuição para os resultados, continuamos a ver este negócio como estruturalmente menor do que no passado, representando cerca de 5-10% dos seus resultados operacionais versus cerca de 18-20%”, conclui a análise.