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A Lojas Renner (LREN3) lucrou de forma líquida R$ 172,9 milhões no terceiro trimestre de 2023, número 32,9% menor do que os R$ 257,9 milhões do mesmo período do ano passado.
O recuo do lucro se dá mesmo com um leve avanço da receita líquida consolidada, que teve alta de 2,6% na base anual, chegando a R$ 3,09 bilhões.
“Durante o terceiro trimestre, observou-se um cenário de consumo ainda desafiador, especialmente em agosto. Esse impacto seguiu mais pronunciado nas lojas de perfil popular, que estão expostas a consumidores com poder de compra e situação de crédito mais pressionados no contexto atual. Contudo, em setembro, houve evolução das vendas, com crescimento do número de transações e de peças, tendência que se manteve em outubro”, fala a varejista, no documento publicado na noite desta quinta-feira (9).
A Lojas Renner também destaca que a sua base de comparação era muito forte, já que no ano passado ela cresceu 10,3%, em médio o dobro daquilo registrado pelo PMC de vestuário do IBGE. Mesmo assim, teve um avanço em vestuário, onde a receita teve alta de 2%, chegando a R$ 2,5 bilhões, refletindo mudanças da companhia quanto a sua faixa de entrada e por conta da oferta de produtos mais acessíveis.
A margem bruta do varejo ficou estável na base anual, com leve recuo de 0,2 ponto percentual, para 53,6% – apesar de a companhia ter mudado os preços cobrados, o que ela atribui a um “equilíbrio de custos e câmbio, além do menor nível de remarcação”, além do uso do novo centro de distribuição em Cabreúva e o ajuste de estoques.
A varejista de moda registrou uma alta de 4,9% na base anual das suas despesas operacionais, que chegaram a R$ 1,01 bilhão. As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 2,9%, para R$ 1,03 bilhão.
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“A participação das Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas sobre a Receita Líquida de Varejo cresceu no ano, especialmente devido ao reduzido volume de vendas. Analisando o desempenho de setembro, quando os volumes cresceram, houve alavancagem operacional”, justifica a Lojas Renner.
“O aumento nas Despesas Gerais e Administrativas refletiu, principalmente, os gastos adicionais relativos ao novo CD de Cabreúva, que impactaram cerca de 8% esta linha (R$27,0 milhões)”, explica.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) do braço de varejo da Lojas Renner ficou em R$ 397,6 milhões, queda de 9,7% no ano, com a margem saindo de 16,8% para 15,1%.
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Na frente de serviços financeiros, com a Realize, a companhia registrou um prejuízo de R$ 35 milhões. Apesar de a receita ter saltado 18,1% no ano, para R$ 434,6 milhões, as perdas líquidas foram de R$ 329,5 milhões, com alta de 39,1%, e as despesas operacionais, de R$ 140,1 milhões, com alta de 25,1%.
A carteira de crédito da Lojas Renner fechou setembro em R$ 5,7 bilhões, alta de 3% na comparação frente ao mesmo mês de 2022.
“O crescimento das receitas foi superior ao da carteira de crédito, reflexo de uma melhor gestão do portfólio e ajustes na precificação dos riscos. Não obstante, no trimestre, houve alteração na data de corte da fatura, que trouxe um descasamento de fluxo de receitas, o qual impactou negativamente esta linha”, comentam.
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“As Perdas Líquidas seguiram impactadas, em razão do contexto macroeconômico ainda difícil e do endividamento das famílias, que seguiu em patamares elevados, o que resultou em maior provisionamento de perdas do portfólio em atraso, garantindo as coberturas necessárias”, fala a Lojas Renner.
O Ebitda ajustado da companhia, com isso, foi de R$ 356,1 milhões, queda de 21,3% no ano. Subtrai-se do número, para se chegar ao prejuízo líquido ainda o resultado financeiro, negativo em R$ 15,4 milhões, versus déficit de R$ 100 mil no terceiro trimestre de 2022 – variação que a Lojas Renner atribui, principalmente, a correções monetárias na Argentina.
Por fim, a empresa teve a geração de R$ 599,1 milhões em fluxo de caixa livre, contra saldo positivo de R$ 83,8 milhões um ano antes. “A melhor geração de fluxo de caixa livre, em comparação com o ano anterior, foi principalmente em razão da melhor gestão do capital de giro, bem como da maior reatividade, o que também se refletiu no ciclo financeiro, que reduziu de 134 para 130 dias”, explicam.