Lojas Renner (LREN3) tem lucro de R$ 229,7 milhões no segundo trimestre, queda de 36,3% no ano

Cenário macroeconômico, com juros alto e famílias endividadas, foi apontado pela companhia como principal peso do resultado

Vitor Azevedo

(Crédito editorial: casa.da.photo / Shutterstock.com)
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A Lojas Renner (LREN3) lucrou R$ 229,7 milhões de forma líquida, queda de 36,3% na base anual. De acordo com a companhia, o pior resultado é explicado por um recuo do varejo e do seu braço de serviços financeiros, ambos impactados pelo atual cenário macroeconômico.

A receita líquida da Lojas Renner caiu 6% na base anual, para R$ 2,98 bilhões.

“O contexto macroeconômico ainda desafiador, com inflação acumulada, juros elevados e inadimplência pressionada, seguiu afetando o poder de compra e comportamento dos clientes. Esse impacto foi mais pronunciado nas lojas de perfil popular, que estão expostas a consumidores mais sensíveis a preço”, comenta a companhia no documento publicado na noite desta quinta-feira (3).

O cenário macro forçou ainda a varejista de moda a diminuir seus preços, tendo impacto direto na sua margem bruta – que foi de 53,9%, ante 56,1% no segundo trimestre de 2022. “A diminuição da margem bruta do varejo foi principalmente resultado da maior necessidade de remarcações, consequência dos menores volumes vendidos”, explicam.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também recuou, saindo de R$ 689,7 milhões no ano passado para R$ 535,3 milhões neste ano. A margem Ebitda caiu 3,8 pontos percentuais, para 17,9%.

As despesas operacionais – com vendas, gerais e administrativas – cresceram 3,4% no ano, chegando a R$ 1,09 bilhão, refletindo gastos com o novo centro de distribuição de Cabreúva. A fatia desses gastos frente a receita também cresceu, por conta da menor diluição.

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Olhando em segmentos, o varejo da Lojas Renner teve seu Ebitda caindo 22,4% no ano, para R$ 535,3 milhões.

Na frente de serviços financeiros, a companhia viu as receitas cresceram 15,% no ano, para R$ 488,4, milhões. As perdas em créditos, no entanto, subiram 40,7%, para R$ 396,1 milhões, e os gastos operacionais, 12,5%, para R$ 146 milhões. O braço acabou dando um prejuízo de R$ 53,7 milhões.

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“O crescimento das receitas foi superior ao da carteira de crédito, reflexo de uma melhor gestão do portfólio eajustes na precificação dos riscos”, comenta a Lojas Renner. “As Perdas Líquidas, por sua vez, seguiram impactadas, em razão da continuidade do contexto macroeconômico mais difícil e do alto endividamento das famílias, resultando em maior provisionamento de perdas do portfólio em atraso, garantindo as coberturas necessárias”.

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A carteira de crédito fechou junho em R$ 6,17 bilhões, crescimento de 12,9% no ano. A porcentagem da carteira relativa a dívidas vencidas subiu para 28,1%, ante 23,3% no segundo trimestre de 2022, e as perdas líquidas chegaram a 6,6%, frente 5,6% na mesma comparação.

A Lojas Renner, por fim, teve um resultado financeiro negativo em R$ 28,7 milhões entre abril e junho deste ano, ante prejuízo de R$ 3,5 milhões no mesmo período do ano passado. “A principal razão foram os menores rendimentos de caixa e aplicações financeiras, dado o menor saldo de caixa médio no período”, mencionam.

A varejista, por fim, teve um fluxo de caixa livre de R$ 262,9 milhões, atribuída a uma menor necessidade de capital de giro. Eles fecham junho com uma posição de caixa líquido de R$ 574,9 milhões, ante R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2022.