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Apesar de reconhecer que a Selic mais alta afetará os lucros das locadoras de veículos em 2024 e no próximo ano, o Bank of America (BofA) vê impacto limitado no valor presente líquido (VPL) das companhias, já que as expectativas para taxas de juros permanecem inalteradas em 9% para 2026 em diante. A equipe econômica do BofA espera que a taxa básica de juros fique em 11,75% até o final de 2024 (de 10,50% atualmente) e 10,75% até o final de 2025 (de 9%).
O banco também espera que alta dos juros seja compensada por uma redução no custo de capital próprio, impulsionado pela taxa livre de risco dos EUA em queda.
Além disso, o BofA espera que as locadoras de veículos continuem priorizando as tarifas em vez do crescimento do volume. O banco prevê que as tarifas de aluguel subam 7% em 2025 (de 5%) e o crescimento do volume da Localiza em 2025 em 0% (de 2%).
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Os analistas também elevaram a projeção para o rendimento do aluguel de frotas da Movida de 2,9% para 3,2%, enquanto a projeção de depreciação de veículos em caiu 3 pontos percentuais (p.p.) para incorporar um mix de contratos diferente. A estimativa medida pela diferença entre retorno sobre capital investido (ROIC) e custo da dívida da Localiza em 2025 foi reduzido de 7% para 6% e o da Movida para 0,3% de 1%.
O BofA manteve recomendação de compra para Localiza (RENT3), Movida (MOVI3), Armac (ARML3), Mills (MILS3), impulsionada principalmente por uma avaliação atraente e forte perspectiva de crescimento (recuperação na lucratividade das empresas de aluguel de carros Localiza e Movida, e uma expansão da penetração de aluguel para Armac e Mills).
A equipe de research do Goldman Sachs também reiterou classificação de compra para ação da Localiza devido ao forte impulso na receita, normalização dos custos e previsibilidade das despesas de depreciação (após impairment e guidance do 2T24), o que deve levar a Localiza a uma forte melhora sequencial no lucro líquido no 3T24 (aproximadamente R$ 742 milhões).
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Olhando além do 2º semestre de 2024, o Goldman acredita que o principal risco continua sendo a tendência dos preços dos carros, pois ainda está preocupado com a possível queda nos preços dos carros, dado o nível relativamente alto de rentabilidade das montadoras brasileiras e a crescente competição nesse segmento.
Já para Vamos (VAMO3), o BofA reiterou recomendação neutra devido a um risco-retorno justo e um momentum operacional sem brilho, com um nível ainda alto de retomada de ativos.
Segundo BofA, a continuação da retomada de ativos implica menos crescimento no longo prazo e impacta o ROIC.
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Do lado positivo, o BofA acredita que a venda desses ativos deve aumentar o Ebitda das vendas de veículos no segundo semestre de 2024 para frente (devido ao atual ciclo de alta dos preços dos caminhões).