Lobo de Wall Street dá lição de vendas em palestra em SP

No treinamento do Mil ao Milhão, Jordan Belfort, representado por Leonardo DiCaprio em filme que mostra sua ascensão em Wall Street e sua prisão por fraude, contou como se tornar um bom vendedor "corretamente"

Ricardo Bomfim

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Mesmo após dois dias aplaudindo, gritando e interagindo com os palestrantes, o público do treinamento Do Mil ao Milhão, em São Paulo, ainda conseguiu dar uma calorosa e barulhenta recepção a Jordan Belfort às 16h30 de um domingo congelante na capital.

Belfort, no palco, é um showman que em nada fica atrás de sua representação por Leonardo DiCaprio no filme O Lobo de Wall Street (2013). Falando alto, de maneira firme e sem um pingo de hesitação, o homem condenado por fraude a quatro anos de prisão nos Estados Unidos paradoxalmente passa uma imagem de sinceridade.

As lições que o “Lobo” ensina em sua palestra são todas relacionadas à sua biografia de garoto pobre a empreendedor milionário de Wall Street, daí para a cadeia e da prisão para as palestras motivacionais.

“O grande erro que eu cometi foi não manter minha ética e responsabilidade. Se você se tornar um bom vendedor corretamente, sem violar a ética, irá certamente enriquecer”, disse em certo ponto.

Jordan Belfort expôs no treinamento sua conhecida tese de que “todas as vendas são a mesma” e a “teoria da linha reta”, na qual diz que o bom vendedor não deve tentar transformar um “não” em um “sim”, mas levar o cliente do “deixa eu te ligar depois” ao “vou comprar o seu produto”.

Para isso, afirmou, o vendedor deve em quatro segundos mostrar inteligência, entusiasmo e credibilidade como expert no produto que vende. “Quando acreditamos que estamos falando com um expert, nós damos a ele o controle, como fazemos quando entramos em um consultório médico”, afirma.

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Depois disso, Belfort disse que o vendedor não pode se deixar desestimular por “objeções” como “estou sem dinheiro agora”, “deixe-me pensar no assunto”, entre outras que mostrariam, na sua visão, uma mente hesitante, mais do que uma negativa completa.

Ao esbarrar em um obstáculo assim, o vendedor deveria, segundo Belfort, contorná-lo e voltar a exaltar as qualidades do produto, explicando como aquilo é uma oportunidade para o consumidor e não apenas uma forma de garantir a comissão do comerciante.

As lições, principalmente quando aliadas a exemplos do capital que adquiriu primeiro vendendo jornais e carne, depois penny stocks em corretoras de Wall Street e, atualmente, ensinamentos, geraram reação positiva do público.

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No entanto, o momento que realmente mobilizou a platéia a aplaudi-lo mais efusivamente foi quando citou que, enquanto estava na prisão, Belfort se animou a dar a volta por cima ao pensar em sua filha. “Queria voltar a ser uma referência para ela.”

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.