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SÃO PAULO – A semana foi de bastante volatilidade para Bolsa, com o Ibovespa fechando os últimos cinco dias com alta de 2,2%. Entre os destaques desta semana esteve a ata do Fomc, que agitou os mercados logo após ser publicada, uma vez que na ata, muitos representantes locais do Federal Reserve se dividiram; alguns dizem ter preferência para que a taxa de juros por lá suba já em junho, enquanto outros esperavam que o aumento viesse só ano que vem. A disparidade de opiniões por lá fez com que os mercados agissem com “um pé atrás”.
O dólar também pareceu reagir à notícia, com a moeda norte-americana fechando com fortes quedas nesta semana frente ao real, ficando cotada a R$ 3,071 nesta sexta. Mesmo assim, nos grandes destaques das ações do Ibovespa estiveram os papéis da Petrobras, que fecharam a os últimos cinco dias com fortes ganhos de 12% em meio a um “short squeeze” nos ativos.
Confira abaixo quais os eventos que irão mexer com os mercados semana que vem:
EUA
O mercado ainda ficará atento, principalmente, ao livro bege e aos próximos discursos dos membros regionais do Federal Reserve. De acordo com Angelo Agostini, economista da Austin Rating, a principal notícia vinda do exterior que deverá ser acompanhada pelos investidores será o Livro Bege, já que reúne relatórios econômicos feitos por cada região do Fed dos Estados Unidos, além de informações colhidas por economistas, analistas financeiros e acadêmicos.
“É sempre um importante fator a ser acompanhado pois, já que é um compilado da situação financeira nos EUA, ajuda o mercado a projetar medidas econômicas a serem tomadas por lá”, disse o economista. “O mercado segue de olho nessas falas que mexem com câmbio e Bolsa”, completou Agostini.
Os discursos adicionarão um tempero extra às expectativas do mercado, uma vez que a ata do Fomc, divulgada nesta semana, deixou o mercado apreensivo em meio à uma divisão entre os membros regionais do banco central norte-americano sobre a data para um aumento de juros; enquanto uma maioria espera que ela aconteça em junho, outros representantes ainda esperam que o aumento venha só ano que vem.
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Ainda será acompanhado pelo mercado na semana que vem os dados de varejo dos EUA, pedidos de hipoteca e os pedidos de desemprego, que contribuem para uma análise de como está o aquecimento dos mercados norte-americanos, que tem sido avaliado de perto após números mais fracos que o previsto terem sido divulgados nos últimos dias.
Ainda valerá acompanhar os dados dos estoques de petróleo, que serão divulgados na quarta-feira e trarão mais detalhes sobre como está a demanda e a oferta da commodity, o que costuma afetar diretamente em ações das petrolíferas, como da estatal Petrobras (PETR3; PETR4).
Petrobras
O novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, irá realizar audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e na CI (Comissão de Serviços de Infraestrutura) do Senado na quarta-feira. Este também é um evento que deve ser bastante acompanhado pelo mercado uma vez que os investidores estão aguardando mais informações sobre as possíveis datas de divulgação do balanço auditado do terceiro trimestre da estatal, explicou Agostini. Nos últimos dias, “pipocaram” notícias de que possivelmente a empresa divulgaria seus resultados já na semana que vem, antes mesmo do dia 20, o que fez com que os investidores seguissem com a expectativa ainda maior.
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Na noite de quarta-feira, a Reuters, citando um conselheiro da Petrobras disse que a estatal provavelmente analisará e, possivelmente, votará no dia 17 de abril as demonstrações financeiras auditadas da companhia, que estão atrasadas por causa do escândalo de corrupção investigado pela Lava Jato. Porém, a Petrobras enviou uma nota hoje para a agência e afirmou que “não há data definida para a divulgação”. Em e-mail, a petroleira reafirmou que continua trabalhando para divulgar os resultados financeiros “o mais breve possível”.
“Deve influenciar nos ativos da petrolífera e pode mexer também com outros ativos que são relacionados a ela. Mas este movimento depende muito do que Bendini vai falar”, completou o economista.
Brasil
A semana que vem será bastante agitada para o radar brasileiro, com destaque para a pesquisa mensal do comércio de fevereiro divulgada pelo IBGE, para o IBC-Br divulgado pelo Banco Central e ainda para o IPCA-15, divulgado também pelo IBGE e que traz os números da inflação para o mês de fevereiro e para o ano. Os números devem continuar sendo desanimadores para o mercado.
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A equipe de analistas do Credit Suisse espera contração das vendas reais do comércio varejista no mês de fevereiro frente ao mês anterior, após crescimento de 0,8% em janeiro. Já na comparação com o mesmo mês de 2014, o banco acrescenta que espera que o crescimento das vendas reais do varejo recue fortemente, de 0,6% em janeiro para -3,5% em fevereiro.
Já para o indicador amplo, que considera as vendas de veículos e materiais de construção, o banco espera retração de 1,8% das vendas reais em fevereiro frente o mês anterior. Entre os motivos da contração estão o menor número de dias úteis em fevereiro ante o mesmo mês do ano anterior, a maior contração das vendas de automóveis, como demonstram os números divulgados pela Fenabrave, além da manutenção das condições desfavoráveis de alguns indicadores do comércio varejista.
Para o caso do IBC-Br, o Credit Suisse espera um crescimento de 0,1% em fevereiro ante o mês anterior; já na comparação com o mesmo período do ano passado, o número demonstra recuo de 3,7%. “Entre os principais fatores que explicarão o expressivo recuo do IBC-Br em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, destacamos a forte redução da produção industrial em fevereiro e o maior recuo do comércio varejista esperado para fevereiro”, completou o banco no relatório.
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Já para o caso do IPCA-15, o banco espera inflação de 1,02% em abril, ante 1,24% em março, esperando ainda para o acumulado do ano inflação de 8,2% em abril. “Esperamos que a menor inflação no mês seja explicada, principalmente, pela desaceleração dos preços administrados e bens industriais”, finalizou o Credit Suisse.
China
Na semana que vem os mercados irão acompanhar os dados de produção industrial chinesa, além das vendas do varejo por lá e o PIB trimestral e anual por lá. Também são dados bastante acompanhados pelo mercado pois trazem um parecer de como está a desaceleração econômica por lá, que antes estava sendo caracterizada como “soft landing” (desaceleração leve, no contexto), mas após dados bastante fracos, os economistas já estão procurando entender se o movimento é de “hard landing” (desaceleração acentuada).
É importante frisar que os dados são sempre acompanhados pelo mercado, mas principalmente, por acionistas da Vale (VALE3; VALE5), uma vez que o gigante asiático é o principal destino dos produtos da mineradora.
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Europa
Os dados de produção industrial da zona do Euro e a reunião do Banco Central Europeu sobre a taxa de juros também deverão ser acompanhados, mesmo que em menor importância. Os dados servirão para o mercado saber como está a desaceleração econômica por lá, e principalmente, se a injeção de dinheiro do Banco Central Europeu já está surtindo algum efeito tanto na economia, quanto nas expectativas macroeconômicas.