Light (LIGT3) traz resultado positivo no 2T e surpreende – mas tese segue desafiadora

Companhia elétrica divulgou seus resultados na noite de ontem com volumes e margens vistos como positivos pelo JPMorgan

Felipe Moreira

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A companhia elétrica Light (LIGT3) divulgou na véspera seus resultados do segundo trimestre de 2024, que foram considerados fortes e acima do esperado pelo JPMorgan.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de geração e comercialização totalizou R$ 170 milhões, superando a estimativa de R$ 144 milhões, atribuível a margens mais altas, impulsionadas por volumes maiores no mercado livre e provisões menores.

O lucro bruto de R$ 1,148 bilhão veio bem acima dos R$ 766 milhões previstos pelo banco, impulsionado por um aumento de 20% na receita e margens maiores no setor de distribuição.

Por outro lado, os volumes de vendas de distribuição (cativo + livre) aumentaram 8,7% em relação ao ano anterior, acima da estimativa de 2% de crescimento, com os volumes livres puxando o índice para cima.

Já a taxa total de perda de eletricidade atingiu 30,2% (excluindo REN, ou energia recuperada), +1 p.p em relação aos 29,2% no último trimestre e comparando-se aos 27,3% no 2T23. Em termos de GWh (gigawatt-hora), as perdas aumentaram 6,8% em relação ao ano anterior. A meta regulatória para perdas não técnicas é de 40%, 23,9 pontos percentuais (p.p.) abaixo do que a Light está atualmente reportando. As taxas totais de cobrança melhoraram ligeiramente em relação ao ano anterior, chegando a 98,6% (de 97,8% no 2T23).

Segundo o banco, as temperaturas elevadas no trimestre impulsionaram o consumo de energia no setor de distribuição.

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Os volumes totais de distribuição dispararam 8,7% em relação ao ano anterior, levando o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de distribuição a mais que dobrar em relação ao mesmo período do ano anterior, com margens maiores, compensando o aumento sequencial das perdas de energia.

O JPMorgan comenta que as margens melhores tanto no setor de distribuição quanto de geração foram a razão para o desempenho superior em relação às suas estimativas e do consenso.

Apesar do resultado positivo, os fundamentos da tese continuam desafiadores – como as perdas de eletricidade incrivelmente altas, no mesmo ritmo da redução no capex destinado ao combate às perdas.

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O JPMorgan também ressalta que mesmo com o aumento dos investimentos, a Light ainda apresentou uma redução de 39% no combate às perdas.

Com relação ao plano de recuperação judicial, a Light informou que os efeitos do plano aprovado pela Assembleia Geral de Credores em 29 de maio ainda não estão refletidos no 2T24, pois várias ações ainda estão sendo implementadas. Os resultados do plano devem ser contabilizados no 3T24.

O JPMorgan tem recomendação equivalente à venda (underweight, exposição abaixo da média) para a ação da Light, sem indicar preço-alvo.