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PEQUIM (Reuters) – A Lenovo diversificará ainda mais sua cadeia de suprimentos e planeja abrir mais fábricas fora da China em meio à incerteza geopolítica global, disse o presidente da companhia, Yang Yuanqing.
A Lenovo, a maior fabricante de PCs do mundo, tem a maioria de suas fábricas na China, uma situação comum na indústria eletrônica que cria uma vulnerabilidade potencial, já que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça impor tarifas de 60% sobre as importações chinesas.
Yang disse à Reuters que, embora seja muito cedo para prever as políticas do novo governo dos EUA, a Lenovo tem uma vantagem sobre os concorrentes na proteção de tais riscos por meio de sua base de fabricação e estratégia de fornecimento mais diversificadas, bem como fluxos de receita regionais equilibrados.
Novas instalações
Embora a China continue sendo sua principal base de fabricação, a Lenovo opera mais de 30 fábricas em nove mercados diferentes. A empresa planeja abrir instalações na Arábia Saudita após um grande acordo de investimento com o Fundo de Investimento Público do reino, disse Yang.
A Lenovo informou nesta sexta-feira um aumento de 24% na receita do segundo trimestre fiscal em relação ao ano anterior. O desempenho foi parcialmente estimulado pelo crescimento das vendas de computadores que podem lidar com cargas de trabalho de inteligência artificial, já que o setor global de computadores pessoais mostrou sinais de recuperação.
A empresa chinesa de tecnologia divulgou uma receita de US$ 17,9 bilhões para o trimestre encerrado em 30 de setembro, superando as expectativas dos analistas de US$ 16 bilhões, de acordo com dados da Lseg.
O lucro líquido atingiu US$ 359 milhões, em comparação com as estimativas dos analistas de US$ 331,7 milhões.
Vendas globais
As vendas globais de PCs da Lenovo aumentaram 3%, para 16,5 milhões de unidades, no trimestre encerrado em setembro, mantendo sua participação de mercado de 24%. Em todo o setor, as vendas globais de PCs caíram 2,4% em relação ao ano anterior, de acordo com a empresa de pesquisa IDC.
A demanda por computadores com capacidade de IA surgiu como um importante fator de crescimento para o setor de PCs, com os fabricantes correndo para lançarem modelos equipados com chips especializados para aplicativos de inteligência artificial.
A Lenovo lançou seus primeiros PCs com tecnologia de IA na China em maio, antes de lançá-los globalmente em setembro. Yang espera que os PCs com IA respondam por 25% das vendas da Lenovo até 2025, aumentando para até 80% até 2027.