Leilão do pré-sal fica limitado a 11 empresas, diz ANP

Três gigantes do setor de petróleo, a norte-americana Exxon Mobil e as britânicas BP e BG, estão fora da disputa, informou diretora-geral da agência, Magda Chambriard

Reuters

Magda Chambriard, ex-diretora da ANP e futura presidente da Petrobras. (REUTERS/Ricardo Moraes)
Magda Chambriard, ex-diretora da ANP e futura presidente da Petrobras. (REUTERS/Ricardo Moraes)

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RIO DE JANEIRO – Onze empresas petroleiras pagaram a taxa para participar do leilão de Libra, maior reserva já descoberta no pré-sal brasileiro, frustrando expectativas da agência governamental que organiza a disputa.

Três gigantes do setor de petróleo, a norte-americana Exxon Mobil e as britânicas BP e BG, estão fora do leilão, informou a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), nesta quinta-feira (19).

“Eu recebi telefonemas de três empresas, Exxon, BP e BG, dizendo que não vão participar do leilão do pré-sal por questões muito específicas de cada empresa. No entanto, reafirmaram o interesse no Brasil”, afirmou Magda Chambriard, após um evento da ANP no Rio.

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Uma fonte com conhecimento direto do processo disse à Reuters que a Shell, e as chinesas Sinopec, Sinochem e China National Petroleum Corp (CNPC) haviam pago a taxa de pouco mais de 2 milhões de reais que dá direito a participar do certame.

A fonte afirmou que não houve pagamento por parte da Chevron, a segunda petroleira dos EUA, e de nenhuma outra norte-americana.

Uma segunda fonte, próxima à Shell, disse que o fato de a companhia ter pago a taxa não significa necessariamente que ela fará lances no leilão, marcado para 21 de outubro.

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Uma certeza entra as ofertantes é a Petrobras (PETR3, PETR4), que será operadora obrigatória da área de Libra e deverá ter, por lei, pelo menos 30 por cento de participação em qualquer consórcio vencedor.

O prazo para o pagamento das taxas terminou na quarta-feira.

A assessoria de imprensa da ANP corrigiu uma informação passada mais cedo pela diretora-geral da autarquia, que chegou a dizer que haviam sido registrados os pagamentos de pelo menos 12 empresas.

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Aquém do esperado
Magda disse nesta quinta-feira que esperava que até 40 empresas participassem da disputa, mas que a “conjuntura” fez com que o número fosse menor.

“Esperava 40 empresas, mas agora existe um contexto mundial de situações muito específicas de cada empresa que levam a essa situação”, afirmou.

O número reduzido de participantes também surpreendeu um consultor e ex-diretor da Petrobras.

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“É uma surpresa. A área (de Libra) é extremamente promissora, e não tem oportunidades no mundo (em exploração de petróleo) como áreas do pré-sal brasileiro”, afirmou Paulo Roberto Costa, da Costa Global Consultoria.

Ele também se disse surpreso com o fato de companhias como Exxon, BP e BG não terem pago a taxa de participação no leilão, o que as exclui do processo.

“É uma coisa a ser pensada sobre o motivo de isso ter acontecido”, disse ele, referindo-se ao número relativamente limitado de companhias.

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Questionado sobre os motivos da baixa adesão, ele avaliou que isso poderia ter relação com o fato de a lei determinar a Petrobras como operadora única, com no mínimo 30 por cento de participação na reserva.

“Pode ser que isso tenha afugentado as empresas… Talvez, se tivesse uma abertura para a Petrobras não ser a operadora…”, afirmou ele, indicando que as petroleiras poderiam ter mais autonomia para operar, não fosse a dominância da estatal exigida pela lei.

“Esperava um numero bem maior pela potencialidade de Libra, isso é fato.”

A ANP estimou que as reservas recuperáveis no prospecto de Libra poderão atingir entre 8 e 12 bilhões de barris, o que faria da área a maior do país, superando Tupi, com volumes que foram estimados em 2007 entre 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente.

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