Latam: lucro da área triplica no 4º trimestre de 2024, para US$ 272 milhões

Lucro no ano cheio de 2024 cresceu 68%, para US$ 977 milhões

Mitchel Diniz

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A companhia aérea Latam reportou lucro líquido de US$ 272 milhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento de 227,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciações, amortizações e custos de reestruturação de arrendamentos (Ebitdar, na sigla em inglês) foi de R$ 865,9 milhões, com alta de 28,2%.

Entre outubro e dezembro do ano passado, a Latam obteve receitas de US$ 3,3 bilhões, com crescimento anual de 4,4%. 

No acumulado de 2024, o lucro líquido da Latam somou US$ 977 milhões, com aumento de 67,9%. O Ebitdar ajustado foi de US$ 3,1 bilhões, com alta de 22,7%. A margem operacional ajustada foi de 12,7% – crescimento de 1,5 ponto percentual em relação a 2023, “um recorde anual para o grupo”, afirma a companhia.

No ano cheio, as receitas operacionais da companhia cresceram 10,6% em relação a 2023, para US$ 13 bilhões.

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O número de passageiros transportados fechou 2024 em 82 milhões, o maior já registrado pela companhia, segundo a Latam. A companhia aérea voa para 151 destinos em 27 países.

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A capacidade consolidada da Latam (medida pelo indicado ASK) no período cresceu 15,1%. Na avaliação da Latam, os números “refletem a capacidade de crescimento do grupo em um contexto de desafios macroeconômicos e dinamismo competitivo”. 

A companhia informou ter terminado o ano com caixa equivalente de US$ 1,96 bilhão.

A Latam registrou uma dívida consolidada da frota (arrendamentos operacionais e arrendamentos financeiros) de US$4,4 bilhões, juntamente com uma dívida não relacionada à frota de US$2,7 bilhões. Isso resulta em uma dívida bruta
total de US$7,2 bilhões e uma dívida líquida de US$5,2 bilhões.

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Assim, a dívida líquida da companhia terminou o ano em 1,7 vez o seu resultado operacional – recuando de 2,1 vezes, um ano antes. Em 2024, a Latam desembolsou US$ 207 milhões no refinanciamento de boa parte da sua dívida não relacionada à frota e o pagamento de dividendos, que somou US$ 175 milhões.  

Segundo a companhia, o refinanciamento “permitiu reduzir significativamente suas despesas com juros e fortalecer seu balanço geral e geração de fluxo de caixa.”

“Alta volatilidade do câmbio, inflação doméstica em alta, impostos crescentes nos próximos anos – tudo isso, provavelmente, tem impacto em crescimento. Por outro lado, o otimismo da companhia vem da capacidade que a Latam vem apresentando de enfrentar esse cenário”, afirmou Jerome Cardier, CEO da Latam no Brasil, em coletiva de imprensa sobre os resultados.

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Para 2025, a a companhia área projeta receitas entre US$ 14 bilhões a US$ 14,5 bilhões.

Disponibilidade de aviões é desafio

Nos últimos doze meses, o grupo recebeu 16 aeronaves, somando uma frota total de 347 aviões.

“Até a data, já foi renovada 100% da frota de narrow-body (corredor único) e 54% da frota de wide-body (corredor duplo)”, informou a companhia. 

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Cadier diz que a disponibilidade de aeronaves continua sendo um desafio vivido por toda a indústria. As entregas dos grandes players, como Boeing e Airbus, segundo, não voltaram aos níveis pré-pandemia e a disponibilidade de motores, que estão tendo que ia para manutenção com mais frequência do que antes, agrava o cenário.

“É um mercado difícil, mas a gente já fez o guidance dentro dessa perspectiva e não acha que isso vai se acentuar.”

O CEO diz que a Latam não passa por uma situação de falta de peça e tem poucas aeronaves paradas, com motores esperando slots para manutenção. De qualquer forma, o executivo diz que a aérea segue buscando aeronaves para trazer ao mercado brasileiro e acompanhar o crescimento da demanda.

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“A gente não descarta e nem tomou nenhuma decisão ainda sobre eventualmente buscar frotas novas, seja da Embraer, seja o 220 da Airbus. Estamos analisando isso em função, tanto da disponibilidade de aeronaves, quanto das perspectivas de crescimento dos mercados”, disse.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados