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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (19), depois da garantia da presidente Dilma Rousseff de que manterá Joaquim Levy no ministério da Fazenda. Rumores sobre a saída de Levy afundaram os ativos no final de pregão da última sexta-feira, que hoje corrigiram o movimento, mesmo com dados fracos da economia chinesa. Por aqui, o vencimento de opções sobre ações na Bovespa ajudou a trazer volatilidade.
No índice, o destaque de alta das ações da Braskem, que seguiram em fortes ganhos depois de disparada de 6% na sexta-feira em meio a relatório do Morgan Stanley, que elevou recomendação da ação. Hoje, reflete notícia de que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que um acordo para o contrato de nafta entre a Petrobras e a companhia está “muito próximo” de ser fechado.
Do outro lado, caem as ações da Vale ainda pressionadas pelos dados fracos da China, ofuscando o relatório de produção da mineradora divulgado nesta manhã e elevação de recomendação pelo UBS.
Confira os principais destaques de ações da Bovespa desta segunda-feira:
Vale (VALE3, R$ 17,80, -3,37%;VALE5, R$ 14,65, -3,55%)
Uma série de dados da China pressionaram a ação da Vale nesta sessão, ofuscando dados de produção do terceiro trimestre da companhia. A empresa atingiu um crescimento na produção de minério de ferro de 88,2 megatoneladas no terceiro trimestre, a maior da história.
Mais cedo, o BTG Pactual comentou que os dados de produção não deveriam ser um driver para a ação, que deve continuar pressionada pela queda do preço do minério de ferro (estoques da commodity subindo quase 3 milhões de toneladas nesta semana). “Achamos que o papel deve continuar de lado no curto prazo”, comentaram os analistas, que mantêm recomendação neutra para a ação.
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Nesta segunda-feira, o UBS elevou a recomendação do ADR (American Depositary Receipt) da Vale de venda para neutra, com preço-alvo de US$ 5,30. Além dele, a equipe de análise do Haitong iniciou cobertura das ações da mineradora, com recomendação neutra.
Por sua vez, a China segue preocupando. Apesar do PIB do terceiro trimestre um pouco melhor (alta de 6,9% no terceiro trimestre), não há nenhum sinal relevante de que os estímulos recentes estejam virando a economia do país, com os dados não sugerindo nenhuma recuperação da demanda por commodities, comentaram os analistas do BTG. Além disso, dados de produção de aço bruto na China novamente vieram bem fraco, caindo 3% na comparação anual. “Mais um indício de que de que o ciclo de crescimento da demanda de aço na China chegou ao fim”, comentaram os analistas do BTG.
Os papéis das siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 3,21, -3,60%) e Gerdau (GGBR4, R$ 6,11, -1,45%) seguiram o movimento. Destoou o papel da CSN (CSNA3, R$ 5,13, +2,19%), que fechou em alta.
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Petrobras (PETR3, R$ 9,67, -0,31%; PETR4, R$ 7,95, 0,0%)
As ações da Petrobras registram leve queda nesta sessão. No noticiário da estatal, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil em setembro caiu 6,7 por cento ante agosto, para 2,06 milhões de barris por dia (bpd), devido, principalmente, a paradas programadas de grandes plataformas, com destaque à parada da plataforma P-52, para manutenção, conforme comunicado divulgado na sexta-feira.
Embora no mesmo sentido, a ação da companhia fugiu à forte queda dos preços do petróleo nesta sessão. Lá fora, o petróleo brent, usado como referência pela Petrobras, registrava queda de 3,47%, a US$ 48,74 o barril.
Voltando ao noticiário da estatal, a norueguesa Sevan Marine, fornecedora de equipamentos e serviços para a indústria de petróleo, informou nesta sexta-feira que encontrou, por meio de investigação independente, indícios de pagamentos indevidos em troca de contratos com a Petrobras, que teriam sido fechados entre 2005 e 2008.
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Bancos
Os papéis dos bancos Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,48, +2,38%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,00, +4,42%) corrigiram fortes perdas da véspera, depois de derrapada da semana passada com relatórios de duas grandes instituições – Credit Suisse e Citi – revisando para baixo essas ações. A exceção hoje foi o Bradesco (BBDC3, R$ 24,67, -0,28%; BBDC4, R$ 22,02, -0,14%), que seguiu no negativo. Na semana passada, o BB caiu 12%, seguido por Itaú Unibanco e Bradesco, com quedas de cerca de 9%.
Kroton (KROT3, R$ 10,37, +3,70%)
A Kroton anunciou hoje, durante evento para analistas e investidores, a aquisição da startup Studiare por R$ 4,1 milhões. Na semana passada, as ações da companhia dispararam 11,6% somente na quinta-feira depois de dados operacionais do terceiro trimestre. A companhia afirmou que obteve crescimento de 4% na captação total de alunos de graduação no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2014.
Varejo
O BTG Pactual divulgou relatório sobre o setor de varejo. Os analistas comentam que a volatilidade de lucro continua grande, com a má notícia de que o segundo trimestre não foi o fundo e ainda tem mais espaço para piorar. O tom do banco é negativo para o setor, citando como as mais impactadas pelo cenário atual as ações da Via Varejo (VVAR11, R$ 4,80, +5,03%), Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 50,40, +0,22%) e Magazine Luiza (MGLU3, R$ 12,75, -1,39%).
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Na mesma linha, Cia Hering (HGTX3, R$ 15,28, +0,66%) e Natura (NATU3, R$ 22,95, +1,50%) enfrentam vários problemas micro e competição mais acirrada, o que contribuirá para um resultado pior.
Na contramão de tudo isso, os analistas citam Lojas Renner (LREN3, R$ 20,43, +1,69%), Raia Drogasil (RADL3, R$ 40,68, +0,07%), CVC (CVCB3, R$ 15,20, +2,36%) e Lojas Americanas (LAME4, R$ 17,45, +0,11%), que tem outperformado seus pares, com forte crescimento da receita e lucro. Por sua vez, empresas como Hypermarcas (HYPE3, R$ 16,69, +3,02%) e Arezzo (ARZZ3, R$ 21,13, -1,68%) estão começando a dar sinais do efeito negativo do cenário macroeconômico pior.
Do universo de cobertura, eles apontam apenas 3 empresas sinalizando crescimento dos lucros no 3° trimestre: Raia Drogasil, CVC e Lojas Renner. Do lado negativo, seis empresas são responsáveis por 97% da queda de lucros no setor: Pão de Açúcar, Via Varejo, Magazine Luiza, Hypermarcas, Restoque e Natura. O banco projeta uma queda de 55% no lucro do setor na comparação anual no consolidado e 45% quando comparado com o segundo trimestre deste ano.
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IdeiasNet (IDNT3, R$ 5,30, +0,95%)
As ações da small cap IdeiasNet operam bastante voláteis hoje: já foram de disparada de 13% para queda de quase 3% nesta sessão. No radar da empresa, a Officer Distribuidora de Pedidos de Tecnologia, investida indireta da IdeiasNet, deve entrar com pedido de recuperação judicial.
Em comunicado divulgado ao mercado, a companhia disse que essa foi a alternativa mais adequada diante da situação econômica-financeira da empresa. “Nao obstante os esforços dos acionistas e da administração na negociação com credores e redução de suas dívidas, o pedido de recuperação judicial configurou-se como a alternativa mais adequada diante da situação econômico-financeira da Officer”, comunicou.
Qualicorp (QUAL3, R$ 17,05, +1,79%)
A Qualicorp informou hoje que pagará como restituição a acionistas montante bruto de cerca de R$ 1,47 por ação em 29 de outubro como resultado de uma redução de capital que não teve objeção de credores.
Assembleia de acionistas da empresa de planos de saúde havia aprovado em agosto proposta de redução do capital social da empresa em R$ 400 milhões, com distribuição de recursos aos investidores. Detentores de ações da empresa na data-base de 19 de outubro terão direito ao recebimento de restituição de capital.
BR Malls (BRML3, R$ 11,40, +4,40%)
A BR Malls busca sua terceira alta seguida após ter recomendação elevada para market perform (desempenho acima da média) pelo Bradesco BBI. Segundo os analistas, os múltiplos da companhia refletem agora mais adequadadamente os riscos/retornos na atual situação econômica. Apesar da recomendação, eles citaram que o desempenho dos shoppings deve permanecer cada vez mais desafiador baseado na forte queda do varejo (queda de 6,9% em agosto na comparação anual) e nenhum sinal de recuperação econômica.
Santos Brasil (STPB11, R$ 14,55, -2,28%)
A Santos Brasil foi rebaixada de neutra para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Bank of America Merrill Lynch.
CCR (CCRO3, R$ 13,15, +0,61%)
O grupo Andrade Gutierrez, uma das 23 empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos da Petrobras, começou a ofertar parte de seus ativos para grupos e fundos de investimentos estrangeiros. Segundo apurou o Estadão, o conglomerado já ofereceu sua participação de 17% na concessionária CCR para pelos menos três grupos – os fundos Temasek e GIC, ambos de Cingapura, e a canadense Brookfield. O valor de mercado da CCR é avaliado em R$ 23 bilhões. Há um ano, valia R$ 30 bilhões
Braskem (BRKM5, R$ 20,84, +5,20%)
As ações da Braskem seguiram forte alta de sexta-feira, diante de um relatório do Morgan Staney elevando a recomendação da ação de equal-weight (desempenho em linha com a média) para overweight (desempenho acima da média). O preço-alvo foi revisado para cima em 61% por ação, de R$ 15,80 para R$ 25,50.
Hoje, aparece no radar da empresa notícia de que o Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o acordo para assinatura de um novo contrato de fornecimento de nafta entre a Petrobras e a Braskem está “muito próximo” de ser fechado. Segundo ele, o acordo deve ser de longo prazo e não um aditivo ao contrato. O prazo final para um acordo é 31 de outubro.
Triunfo (TPIS3, R$ 3,44, +0,58%)
A Triunfo teve um dia de forte volatilidade na Bolsa. As ações da companhia chegaram a subir 6,73%, mas diminuíram os ganhos e fecharam com leve alta.
A companhia divulgou seus dados operacionais de setembro de 2015. No acumulado de 2015, o volume de veículos equivalentes pagantes comparável (exclui o tráfego da Triunfo Concebra) atingiu 77,2 milhões, queda de 7,1% em relação ao mesmo período de 2014. Todas as concessionárias registraram queda nos volumes de veículos equivalentes (Concer -12,4%, Triunfo Concepa -3,4%, Triunfo Econorte -4,0% e Triunfo Transbrasiliana -8,1%), principalmente, em função do arrefecimento econômico e pela Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/2015), que entrou em vigor em 17 de abril de 2015, com a isenção da cobrança de pedágio sobre os eixos suspensos de caminhões que circulam vazios.
“Vale destacar que o impacto da queda nos volumes das concessionárias é compensado na receita através de reajustes tarifários que promovem o reequilíbrio dos contratos”, afirmou a companhia.
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