Kremlin se recusa a responder se Rússia está ajudando Coreia do Norte com mísseis

EUA e Otan afirmam que soldados norte-coreanos estão na região de Kursk, uma área de fronteira russa que as forças ucranianas invadiram em agosto e onde continuam a manter território

Reuters

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em São Petersburgo - 5/6/2024 (Foto: Sputnik/Vladimir Astapkovich/Pool via Reuters)
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em São Petersburgo - 5/6/2024 (Foto: Sputnik/Vladimir Astapkovich/Pool via Reuters)

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MOSCOU (Reuters) – O Kremlin se recusou a comentar nesta quinta-feira (31) quando perguntado se a Rússia está ajudando a Coreia do Norte a desenvolver seus mísseis e outras tecnologias militares após o teste de lançamento de um míssil balístico intercontinental por Pyongyang.

A Coreia do Norte afirmou ter testado o míssil nesta quinta-feira, aprimorando o que chamou de “a arma estratégica mais poderosa do mundo”, enquanto Seul advertiu que Pyongyang poderia obter tecnologia de mísseis da Rússia por ajudar na guerra na Ucrânia.

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Os Estados Unidos e a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmam que alguns soldados norte-coreanos estão na região de Kursk, uma área de fronteira russa que as forças ucranianas invadiram em agosto e onde continuam a manter território. Mais alguns milhares de soldados norte-coreanos estavam indo para lá, disse o Pentágono na terça-feira.

Moscou não negou nem confirmou diretamente a presença de tropas norte-coreanas em seu território, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, dizendo que é assunto da Rússia decidir ou não usar tropas norte-coreanas.

Quando perguntado em uma teleconferência nesta quinta-feira se Moscou está ajudando a Coreia do Norte com mísseis ou outra tecnologia militar, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: “Não tenho essa informação, é uma informação especializada e você deve perguntar ao Ministério da Defesa”.

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Peskov referiu-se à importância de uma parceria estratégica abrangente, que inclui uma cláusula de defesa mútua, assinada por Putin e pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, durante uma visita do líder russo a Pyongyang em junho.

“Mais uma vez, só posso repetir que continuamos comprometidos com o tratado que assinamos, continuamos comprometidos com nossos interesses de desenvolver relações com nosso vizinho em todas as áreas, e isso não deve preocupar e dizer respeito a ninguém”, disse Peskov.

“É um direito soberano da Rússia e da RPDC (República Popular Democrática da Coreia) desenvolver relações como Estados vizinhos.”

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A Rússia disse na quarta-feira que a ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, estava a caminho de Moscou para realizar consultas estratégicas com seu colega russo, Sergei Lavrov, sua segunda visita à Rússia em seis semanas.

(Reportagem de Dmitry Antonov)