Kora Saúde (KRSA3): “timing” para mudança de CFO pode trazer ruídos para a ação, diz JPMorgan

Por outro lado, avaliam os analistas, a mudança do CFO não surpreende à luz da necessidade de reforçar a gestão de passivos da empresa

Equipe InfoMoney

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A Kora Saúde (KRSA3) anunciou na noite do último domingo (22) a renúncia de Flávio Deluiggi dos cargos de diretor financeiro e de diretor de relações com investidores da companhia.

Foi aprovada a eleição de Elias Leal Lima para os cargos de diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, de maneira cumulativa, interinamente, em substituição ao diretor renunciante.

“Elias Leal Lima atua na companhia desde 2018, tendo contribuído em diversas frentes para o crescimento e estruturação dos negócios e estratégia da Kora Saúde. Foi membro do Conselho de Administração da Companhia entre 2018 e 2021, e desde 2019, se dedica à função de diretor de M&A [fusões e aquisições] e integração”, afirmou a empresa. Além disso, entre março e outubro de 2020 – início da pandemia – acumulou interinamente a diretoria financeira da companhia.

De acordo com o JPMorgan, em breve nota sobre o tema, a mudança do CFO não surpreende à luz da necessidade de reforçar a gestão de passivos da empresa, nomeadamente após a Kora anunciar a venda de R$ 400 milhões em recebíveis, o que ressalta a piora de posição de liquidez.

“Em nossas estimativas, a Kora tem um balanço patrimonial apertado e altamente alavancado, com uma relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) esperado de 6 vezes e 5 vezes para 2023 e 2024, respectivamente”, apontam os analistas do banco.

Nesse contexto, embora Leal esteja na empresa desde o início do investimento da HIG Capital (private equity) em 2018, o timing para a mudança de CFO deve trazer ruídos adicionais para a ação, segundo o banco. Os analistas têm recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para o papel.