Klabin mostra resiliência com lucros de papel e celulose “opostos”; KLBN11 sobe 4,85%

Companhia divulgou seus números trimestrais nesta manhã de segunda, com lucro de papel um pouco pior do que o esperado e de celulose um pouco melhor

Felipe Moreira

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A Klabin (KLBN11) anunciou nesta segunda-feira (4) seus resultados do terceiro trimestre deste ano, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingindo R$ 1,8 bilhão, alta de 33% na base anual, mas queda de 12% na base trimestral, com a queda sequencial impulsionada principalmente por volumes mais fracos na divisão de celulose e custos mais altos no segmento de papel e embalagens. Mas, no geral, os números de lucro no segmento de celulose foram ligeiramente melhores do que o esperado e os de papel um pouco piores. As ações fecharam com ganhos de 4,85%, a R$ 22,04.

Os resultados do Ebitda ficaram 5% acima da estimativa do Itaú BBA, de R$ 1,7 bilhão. O BBA avalia que a empresa mantém uma estrutura de capital saudável, apesar do aumento da alavancagem financeira devido à conclusão do desembolso para Caete.

Já o BTG avalia que a Klabin teve um trimestre resiliente e melhor do que o esperado, uma vez que o Ebitda ficou 8% acima de suas estimativas.

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Segundo o BTG, a variação reflete uma receita por tonelada mais alta na divisão de celulose e um custo caixa por tonelada melhor que o esperado. Neste trimestre, a Klabin apresentou forte geração de caixa livre, superando R$ 800 milhões (um yield anualizado de 14%), sustentada por uma liberação positiva de capital de giro.

Já a alavancagem aumentou para 4,1 vezes, conforme o esperado, refletindo o pagamento pelo projeto Caetê. Olhando adiante, com o reforço de caixa de R$1,8 bilhão do Projeto Plateau e a nova política de dividendos, o BTG espera que a alavancagem diminua gradualmente.

O BTG ainda disse continuar a ver a Klabin como uma empresa bem gerida, com crescimento diversificado, oferecendo um porto seguro, especialmente em um cenário de Real mais fraco, mas manteve recomendação e preço-alvo de R$ 28.

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O JPMorgan, por sua vez, considerou os resultados como positivos, impulsionados pelos resultados melhores do que o esperado nos segmentos de papel e embalagens. O Ebitda reportado pela Klabin, de R$1,8 bilhão, ficou 7,0% acima das estimativas da JPMorgan.

De acordo com JPMorgan, a surpresa positiva veio do segmento de papel e embalagens, que registrou um Ebitda de R$ 1,1 bilhão, superando nossas estimativas em 15,7%, impulsionado por preços acima do esperado e custos menores do que o previsto.

Por outro lado, o Ebitda do segmento de celulose, de R$ 708 milhões, ficou 1,3% abaixo das expectativas do JPMorgan devido a custos mais altos do que o esperado, o que compensou os preços e volumes de vendas acima do projetado.

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O Ebitda ajustado da Klabin ficou 3% acima das projeções do Morgan Stanley devido a vendas líquidas ligeiramente maiores e menores despesas gerais e administrativas.

Já o BBI classificou os números como neutros, pois o desempenho operacional mais fraco da Klabin já era amplamente esperado pelo mercado. No futuro, o banco projeta que o desempenho operacional da empresa melhore, com a produção em sua divisão de celulose agora em níveis normalizados, enquanto os gargalos logísticos no segmento de papel parecem estar diminuindo.

Além disso, após o anúncio do projeto Plateau e novas políticas financeiras e de dividendos, o BBI destaca que a alavancagem deve começar a cair nos próximos trimestres, potencialmente trazendo a alavancagem da Klabin abaixo de 3,0 vezes até o final de 2025.

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No geral, o BBI manteve sua preferência por Suzano (outperform) à Klabin, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25. Por outro lado, o Itaú BBA e JPMorgan reiteraram recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 26 e R$ 28.