Klabin (KLBN11): como os 2 anúncios recentes vão ajudar na desalavancagem da empresa

Companhia firmou acordo com TIMO e terá aporte de R$ 1,8 bilhão, além de aprovar nova política de dividendos

Felipe Moreira

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As iniciativas anunciadas pela Klabin (KLBN11) para a exploração de parte de seus ativos florestais do Projeto Caetê e novas políticas de dividendos e alavancagem financeira foram vistas como positivas pelos bancos consultados.

Na frente de dividendos, a Klabin reduziu sua política de dividendos para 10 a 20% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ante 15 a 25%, a ser pago trimestralmente. Na frente de alavancagem, a empresa manteve sua meta de índice entre 2,5 a 3,5 vezes dívida líquida/Ebitda, enquanto o limite para ciclos de investimento em projetos de expansão foi reduzido de 4,5 vezes para 3,9 vezes.

O Bradesco BBI avaliou o anúncio como positivo, pois deve permitir que a Klabin se desalavanque em um ritmo mais rápido, ao mesmo tempo em que estabelece uma estrutura mais eficiente e flexível para explorar os ativos florestais.

Segundo cálculos do BBI, a alavancagem financera (dívida líquida/ Ebitda) deve cair para 2,8 vezes, abaixo do cenário base de 3,0 vezes e para 2,7 vezes se a parcela adicional de R$ 900 milhões bilhão se materializar.

Em relação a nova política de dividendos, o BBI disse que contribui para os esforços de desalavancagem e deve ajudar a Klabin a equilibrar um rendimento de dividendos razoável com iniciativas de crescimento no futuro.

O Bradesco BBI manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25 por Unit da empresa.

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Por um lado, o Morgan Stanley vê a transação anunciada como positiva para a Klabin, pois deve acelerar o processo de desalavancagem, pois a empresa visa uma abordagem conservadora em novos investimentos. Analistas esperam que a entrada de caixa de R$ 1,8 bilhão reduza a dívida líquida do 2T25 em 6% e reduza a alavancagem em 0,3 vez.

Por outro lado, segundo o Morgan, a revisão da política de dividendos deve ser vista como negativa pelo mercado, pois reduz o retorno aos acionistas.

Apesar da expectativa de preços mais baixos de celulose em 2025, o Morgan Stanley manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 29, pois a Klabin deve surfar tendências positivas no segmento de papel, com o aumento de novas máquinas levando ao crescimento da receita, enquanto a alavancagem operacional deve se traduzir em expansão da lucratividade.

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A XP Investimentos também classifica o projeto como gerador de valor (VPL positivo de R$ 250 a 350 milhões) e como um desenvolvimento positivo para a história de valorização da Klabin, dado o potencial de aceleração no ritmo de desalavancagem da empresa (apoiado por uma política de dividendos e alavancagem mais restritiva).

Além disso, embora não espere que a nova política de dividendos da Klabin mude materialmente a remuneração dos acionistas, a XP acredita que ela está alinhada com o objetivo da empresa de alcançar um nível de alavancagem mais baixo (e mais rápido), com uma política de alavancagem mais restritiva também seguindo nessa direção.

A XP reiterou recomendação de compra para a Klabin, com a desalavancagem sendo um dos principais pilares da tese de investimento sobre a empresa.