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Apesar do burburinho em torno do lançamento da NuCel, serviço de planos de celular do Nubank (ROXO34), o JPMorgan avalia que os usuários podem encontrar ofertas móveis mais atraentes nas MNOs (operadora de rede móvel).
Ou seja, embora a operação MVNO (operadora de rede móvel virtual) da Nubank possa prosperar devido ao baixo CAC (custo de aquisição de clientes) e ao potencial de um serviço ao cliente superior, ela não deve ser considerada uma proposta de valor mais atraente para o serviço oferecido. Com isso, o banco manteve sua preferência por TIM (TIMS3), com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 20, em relação à Vivo (VIVT3), com classificação de venda e preço-alvo de R$ 48.
Os analistas destacam que os investidores estavam particularmente preocupados com o impacto competitivo das ofertas de entrada da NuCel a R$ 45 por mês, em comparação com R$ 50, R$ 55 e R$58 para Claro, Vivo e TIM. No entanto, segundo relatório, Vivo e TIM oferecem serviços de valor agregado relevantes.
A TIM permite que os usuários escolham entre Deezer, Amazon Prime ou Paramount+, o que reduz o preço do serviço de telecomunicações para apenas R$ 33 por mês, enquanto a Vivo oferece um desconto no Amazon Prime, reduzindo o preço do serviço de telecomunicações para R$ 45, além de descontos em ingressos de cinema da Cinemark, chegando a um preço de R$ 21.
Ao analisar sob a ótica do preço por GB (giga), Claro, TIM e Vivo cobram respectivamente R$ 2,50, R$ 1,30 e R$ 1,10, contra R$ 3,0 da NuCel.
Por outro lado, pode-se argumentar que muitos usuários do plano Controle não se importam com esses serviços de valor agregado ou não os utilizam completamente (como os ingressos de cinema da Vivo). Com isso, de acordo com JPMorgan, se o usuário estiver interessado apenas em um serviço de telecomunicações, a melhor oferta são os serviços pré-pagos mensais das MNOs, que custam R$ 30 nas três operadoras Vivo, TIM e Claro, contra R$ 45 para a NuCel, oferecendo 14GB, 11GB, 12GB contra 15GB, o que coloca o preço por GB em respectivos R$ 2,10, R$ 2,80 e R$ 2,50 contra R$ 3,0.
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Por fim, embora os preços não pareçam particularmente atraentes sob uma análise mais detalhada, o JPMorgan vê duas áreas chave que poderiam dar à NuCel uma vantagem: (1) CAC, já que ela foca em seus próprios clientes, enquanto as MNOs buscam clientes no mercado aberto, tendo despesas de vendas e inadimplência de 13% a 17% das receitas; (2) atendimento ao cliente — o Nubank é uma referência nesse aspecto, e ele consegue traduzir essa excelência para o mundo das telecomunicações, fazendo com que os clientes estejam dispostos a pagar um pouco mais.