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Após quase um ano do fim da pandemia de Covid-19, seus efeitos ainda são sentidos no setor de saúde. A “luz no fim do túnel”, porém, parece existir em 2024, com melhoria dos retornos do setor e melhor precificação, de acordo com relatório do JPMorgan.
Até 2020, conforme explica a análise, a indústria de planos de saúde privados se apresentava com retornos sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) na faixa de dois dígitos. Já nos últimos anos passaram a tender a 0. Parte disso vem da pressão sob os pagadores, que ainda deverá existir em 2024.
“Em nossas estimativas, o aumento regulamentado pela ANS nos preços dos planos individuais deve ficar entre 5-6% em 2024, significativamente menor do que a inflação de custos típica, que está 2-3 vezes acima do IPC geral, projetado em cerca 3,9%. Portanto, 20% da indústria provavelmente enfrentará uma deterioração adicional na taxa combinada este ano”, analisa o banco.
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Rede D’Or e Hapvida são preferidas
Os dados recentes do setor, por outro lado, indicam recuperação. Isso, associado ainda à possibilidade de aumentos de planos para empresas na casa de 20% (considerando a inflação de custo da indústria entre 8 a 12% no ano) poderá normalizar os retornos em 2025, com melhorias já ao longo de 2024. Nesse cenário, a principal escolha para o JPMorgan continua sendo a Rede D’Or (RDOR3), que é classificada como Overweight (OW na sigla em inglês, significa exposição acima da média, similar à compra), com preço-alvo estabelecido em R$ 40,00.
A Hapvida (HAPV3) também é um dos nomes preferidos para o banco estrangeiro, já que deve apresentar melhora nos resultados a curto prazo. O nome é considerado como OW e apresenta preço-alvo de R$ 5,50.
“Raramente vemos consolidadores importantes em setores com ventos estruturais de crescimento (nomeadamente o envelhecimento da população e baixa penetração) negociando com valuations descontados e ambas as empresas são negociadas a cerca de 13 vezes o preço sobre lucro para fim de 2025, com um potencial de valorização de ações de +20-30% em relação aos valores justos de dezembro de 2024”, consideram os analistas do JPMorgan.
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O banco destaca também que os cortes de taxas de juros também representarão bons ventos para Hapvida, assim como a menor receita de juros dos concorrentes. Já a Rede D’Or tem potencial gerador de valor, com chance de crescimento de receita de cinco anos em 13% e avanço de 18% para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda , na sigla em inglês).
A Oncoclínicas (ONCO3) também é recomendada com classificação overweight como principal player do setor de oncologia no Brasil, com maior concentração de especialistas em câncer no país. Com o envelhecimento da população e maior presença de diagnósticos da doença, o potencial de oferta de tratamentos mais longos (e caros) para melhora de qualidade de vida dos pacientes pode garantir para Oncoclínicas crescimento sólido, para o JPMorgan. O banco majorou o preço-alvo para R$ 17,00 ante os R$ 12,50 anteriores, estimando potencial de valorização em 40%, compatível com os múltiplos de 16 e 11 vezes o preço sobre lucro (P/L) para 2024 e 2025 negociados para a ação.
Entre nomes classificados como neutros, o banco entende que há oportunidades de ganho limitadas para outros players da indústria, como Mater Dei (MATD3) e Fleury (FLRY3). No primeiro caso, o destaque seria a alta qualidade e bom perfil de crescimento do nome enquanto, para Fleury, a avaliação em 15 e 21 vezes o P/L para 2024 e 2025 e o retorno de capital aos acionistas seriam os pontos positivos.
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Para Fleury, o ponto negativo seria a falta de perspectivas de crescimento, além do desconto considerado estreito para o banco em relação aos partes após a alta que as ações apresentaram. Para Mater Dei, o desconto em relação à Rede D’Or também seria limitado, dada a baixa liquidez do preço das ações.
A visão neutra segue para Qualicorp (QUAL3), que deve seguir apresentando erosão na base de membros pelos próximos dois anos.
Entre os nomes considerados Underweight (exposição abaixo da média, similar a venda) estão Odontoprev (ODPV3), que apresenta o menor potencial de crescimento de lucro por ação da indústria, e Kora Saúde (KRSA3), visto como “o nome mais arriscado da cobertura” pelo JPMorgan, dada sua alta alavancagem.