JP rebaixa Energias do Brasil (ENBR3) para venda e destaca preferência por Eletrobras (ELET3), Auren (AURE3) e Energisa (ENGI11)

Energias do Brasil, ISA CTEEP e Light são as companhias elétricas "menos queridas" pelos analistas do JP Morgan

Felipe Moreira

(Divulgação EDP Energia)
(Divulgação EDP Energia)

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O JPMorgan rebaixou as ações da EDP Energias do Brasil (ENBR3) de neutra para underweight (equivalente à venda), com preço-alvo de R$ 22, o que representa um potencial de valorização de 9,2% frente a cotação de fechamento de segunda-feira (12) de R$ 20,14, por questões de avaliação e falta de catalisadores positivos.

As ações da EDP Brasil estão sendo negociadas a uma taxa interna de retorno (TIR) implícita de 8,8%, abaixo da média do setor de 11,2%. O time de research do banco americano ressalta que a elétrica continua sendo uma das melhores alocadoras de capital entre as concessionárias controladas por empresas europeias, mas a conclusão das alienações de ativos e do programa de recompra deixaram a tese de investimentos sem catalisadores positivos.

Analistas ainda projetam rendimento de dividendos de 9% a 6% em 2022 e 2023, com base na distribuição de 50% lucros auferidos nos períodos, e a alavancagem financeira (Dívida Líquida/EBITDA) de ficar entre 2 vezes e 3 vezes.

Por outro lado, JP Morgan destaca sua preferência pelas ações de Eletrobras (ELET3), Auren (AURE3), Energisa (ENGI11) e Sabesp (SBSP3) no setor de utilidade pública.

Enquanto a Eletrobras, Auren e Energisa apresentam as TIRs implícitas mais atrativas entre geradoras e distribuidoras de energia, a Sabesp possui uma assimetria positiva com a possibilidade de privatização devendo se tornar mais concreta no próximo ano. Eletrobras, Auren e Energisa atualmente oferecem TIRs reais de 16,4%, 11,5% e 11,9%, respectivamente.

Auren Energia (AURE3)

A Auren Energia possui “taxas de alavancagem sólidas, receitas atreladas a inflação e baixo risco de repactuação de contratos no curto prazo”, comenta JP Morgan. “A empresa oferece forte e previsível geração de fluxo caixa, desde que as condições hidrológicas sejam normais”.

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Analistas lembram que a empresa concluiu recentemente uma reestruturação societária, criando um gerador renovável com fortes acionistas controladores e perspectivas de crescimento. Eles acreditam o mercado não está precificando adequadamente a geração de caixa dos ativos existentes, as sinergias produzidas pela fusão e o potencial de valor dos projetos de energia solar fotovoltaica ainda sob preços de energia conservadores. Acreditamos que reduções adicionais em contingências, a manutenção do pipeline de projetos e uma boa alocação de capital podem levar a um desempenho ainda maior.

JP Morgan classifica as ações da Auren como overweight e preço-alvo de R$ 18, o que representa potencial de valorização de 28,1% frente ao preço de fechamento de segunda-feira (12) de R$ 14,05.

Eletrobras (ELET3)

O JP Morgan mantém recomendação equivalente à compra para as ações ordinárias da Eletrobras e preço-alvo de R$ 58,50, pois a elétrica é uma gigante da geração e transmissão com fluxo de caixa relativamente previsível, um balanço forte e está entrando em uma fase completamente nova depois de ser privatizada em junho de 2022.

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A Eletrobras “combina tudo: atraente avaliação + muitos gatilhos + liquidez das ações + boas pontuações ESG”, avaliam analistas. Eles acreditam que o mercado está longe de precificar todos os ganhos operacionais e financeiros a serem obtidos após a privatização, como corte de custos, gerenciamento de passivos e alavancagem, sem falar na melhoria em governança corporativa com a transformação da Eletrobras em sociedade anônima.

Energisa (ENGI11)

Analistas reiteram avaliação overweight para Energisa, com preço-alvo de R$ 55, em função de valorização relativa atraente, fim da pendência dos títulos conversíveis do BNDES e perspectivas de sólido crescimento à frente.

O JPMorgan permanece cauteloso com o segmento de distribuição em relação à geração e transmissão, mas define a Energisa como a melhor escolha como uma empresa privada integrada de alta qualidade que continua a oferecer expansão de primeira linha suportada por crescimento de volume e inflação, forte desempenho de custos e perdas de energia, disciplina de investimentos e uma estrutura de capital otimizada.

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Isa CTEEP (TRPL4) e Light (LIGT3) são as “menos preferidas” do JP Morgan

Segundo cálculos do banco, a EDP Brasil e ISA CTEEP apresentam taxas internas de retorno (TIRs) pouco atrativas e falta de catalisadores positivos no curto prazo, enquanto o turnaround da Light é menos provável com a nova gestão priorizando geração de caixa e recompras.

As ações da Isa CTEEP ainda fornecem um hedge quase perfeito contra a inflação no Brasil – 100% dos contratos corrigidos pela inflação e risco de volume nulo – a TIR do papel é pouco atrativa e possível encontrar melhor risco-recompensa em outros ativos. A TRPL4 oferece atualmente uma das mais baixas taxas de retornos implícitos do setor e falta catalisadores positivos.

O retorno total apertado combinado com o potencial riscos negativos provenientes de recebíveis da RBSE e passivos de fundos de pensão levam a uma classificação underweight e preço-alvo de R$ 25.

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As ações da Light, por sua vez, têm recomendação de underweight e preço-alvo de R$ 6,00, pois a companhia continua sendo uma concessão de distribuição desafiadora com fundamentos operacionais fracos como perdas comerciais superiores a 50%, alta alavancagem financeira e com sede em estado que apresenta ambientes macro, políticos e sociais desafiadores.