JPMorgan diz que há espaço para alívio no real e aponta fatores para queda do dólar

Real acumula maior desvalorização perante o dólar entre os emergentes; uma melhor orientação do governo sobre as perspectivas fiscais é uma condição necessária para uma recuperação sustentável, diz o banco

Felipe Moreira

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Em meio a forte depreciação do real, acumulando perda de 15% ante o dólar este ano, a maior entre todos os emergentes e mais que o dobro da média de desvalorização de 6% vista por seus pares na América Latina, o JPMorgan reduziu exposição ao risco no Brasil e permaneceu neutro em câmbio e taxas locais, devido à visibilidade limitada à frente.

O time de análise comenta que a natureza do problema para os ativos brasileiros é mais uma deterioração do sentimento sobre o futuro da economia do que mudanças tangíveis nos fundamentos (até agora). Assim, uma reprecificação parece difícil de calibrar.

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A probabilidade de intervenção cambial cresce à medida que o real continua tendo um desempenho pior em relação aos pares emergentes, mas uma melhor orientação do governo sobre as perspectivas fiscais é uma condição necessária para uma recuperação sustentável.

A revisão bimestral do orçamento, prevista para 22 de julho, será fundamental para definir o caminho de médio prazo para os ativos brasileiros. De acordo com economistas, pelo menos um congelamento de despesas de R$ 20 bilhões seria necessário para manter as metas fiscais atuais.

Nesse contexto, o JPMorgan disse que há um espaço considerável para alívio no real e está mantendo uma exposição tática a uma melhoria no sentimento. O movimento exagerado no real parece desconectado dos fundamentos, e as avaliações agora estão atraentes.

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Os analistas do banco avaliam que o real está quase 7% abaixo do valor justo. Portanto, embora a visibilidade à frente permaneça baixa, o cenário tático para os ativos brasileiros está propício para um maior alívio.

Para os analistas, a rápida deterioração do real abre a possibilidade de que os aumentos nas taxas de juros que eram tão distantes há apenas alguns dias se tornem parte da discussão do Banco Central no curto prazo. Isso poderia acontecer se as expectativas de inflação aumentarem impulsionadas pela moeda fraca, mesmo que o repasse para a inflação realizada demore mais.

Além disso, segundo o relatório, uma decepcionante revisão orçamentária bimestral também poderia deteriorar ainda mais o quadro sobre o câmbio, aumentando a pressão para o BC conter a volatilidade do mercado.

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