JPMorgan atualiza estimativas para Localiza e Movida e reafirma visão positiva para ações do setor

Segmento oferece combinação de melhorias operacionais, ganhos e avaliação atrativa

Camille Bocanegra

Localiza (Foto: Divulgação)
Localiza (Foto: Divulgação)

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Melhorias nas tendências operacionais, ímpetos de ganhos e avaliação atrativa, com Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3) como destaques. Essa é a visão do setor de aluguel de carros para o JPMorgan em 2024. O banco reafirmou a recomendação “overweight” (exposição acima da média, similar à compra) para os nomes e considera que a taxa de juros mais baixa (prevista em 9,5% para fim de 2024, pelo JPMorgan) beneficiará o setor.

A ressalva está no segmento de veículos usados, que a análise entende representar “um gargalo para expansão mais rápida da frota”. Esse ponto afeta principalmente a Localiza, que apresenta taxas de depreciação mais altas.

Ainda assim, o nome é preferência relativa para o JPMorgan pois considera que os papéis negociam, atualmente, com desconto de 30% em relação à sua média histórica de cinco anos, em 17,3 vezes o preço sobre lucro (P/L) para fim de 2024. Em comparação, a Movida negocia a 8,8 vezes a relação P/L, também considerado atraente.

“Continuamos a elogiar a posição estratégica da Localiza para implementar sua estratégia de crescimento em todas as suas divisões de negócios, permitindo à empresa alcançar retornos superiores – modelamos um aumento do spread de retorno ao capital investido (ROIC, na sigla em inglês), em relação ao custo da dívida líquida de impostos, para 5,8 p.p. em 2024, em comparação com 4,1 p.p. em 2023”, consideram os analistas, que estimam números 4% superiores ao consenso para o nome em 2024.

A expectativa do banco estrangeiro é que a Localiza adicione 57 mil veículos neste ano à sua frota e que a depreciação atinja o pico de R$ 7,1 mil por carro no segmento de aluguel de veículos (RAC) até o primeiro trimestre de 2024. Para o segmento de gestão e terceirização de frotas (GTF), a estimativa é de aumento em dígitos únicos trimestre a trimestre.

As estimativas para os nomes foram revisadas mas a projeção de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) permaneceu inalterada em R$ 12,9 bilhões. O preço-alvo foi majorado para R$ 82,00 para fim de 2024, ante os R$ 80 anteriores.

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Para a Movida, as estimativas do banco para 2024 são 8% superiores ao consenso. Analistas do JPMorgan consideram que a recuperação já está em andamento e começando a dar frutos. Assim, a expectativa é de 16 mil novos veículos na frota, em especial no segmento GTF. A depreciação por veículo deve desacelerar e chegar ao patamar de R$ 8,5 mil por veículo no segmento RAC e aumentar até chegar em R$ 6,6 mil no segmento GTF, ao fim de 2024.

Em relação ao Ebitda, o banco ajustou a estimativa em -2% para R$ 3,9 bilhões (6% acima do consenso) e manteve o preço-alvo estabelecido em R$ 16,50.