JPMorgan aponta preferências táticas em bancões da B3 de olho nos balanços do 2T24

JPMorgan reiterou sua preferência por Itaú entre os grandes bancos brasileiros

Felipe Moreira

Fonte: Reprodução
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Com a proximidade da temporada de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), o JPMorgan reiterou sua preferência por Itaú (ITUB4) entre os grandes bancos brasileiros, mas disse estar menos entusiasmado com o Bradesco (BBDC4).

Apesar de reconhecer o potencial de longo prazo do Nubank (ROXO34), prefere ficar de fora no trimestre devido à possível piora na qualidade dos ativos e aos obstáculos cambiais.

No México, o banco disse gostar de Banorte, embora os investidores possam continuar em modo de espera até que a volatilidade política diminua. Entre os países andinos, favorece os bancos peruanos, particularmente o Credicorp, apesar das tendências mais fracas para o trimestre.

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Com relação ao cenário macro, o banco disse ver o crescimento dos empréstimos acelerando gradualmente mês a mês no Brasil, levando a Febraban a revisar sua estimativa para o ano de 2024 para 10% na base anual, com crescimento mais forte do crédito pessoal em comparação com empresas.

Sobre a qualidade dos ativos, o banco pontua que após alguns meses de melhorias, as taxas de inadimplências (NPLs) parecem ter se estabilizado, pois as famílias permanecem endividadas e as inadimplências das Pequenas e médias empresas (PMEs) ainda estão aumentando. Ainda assim, os investidores parecem mais focados no crescimento e na recomposição das margens.

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Itaú é principal escolha do JPMorgan

O JPMorgan aponta que o Itaú deve registrar mais um trimestre sólido com 22% de retorno sobre patrimônio líquido (ROE) e continua sendo sua principal escolha no Brasil, dada sua consistência de resultados, forte posição de capital e atrativo Preço/Lucro de 7,0 vezes com rendimentos de 8% a 10%.

Segundo estimativas, o lucro deve atingir R$ 9,9 bilhões, alta anual de 13% na base anual. Com isso, o banco mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 38.

No caso do Bradesco, o banco prevê lucros de R$ 4,3 bilhões (ROE de 10,7%) e acredita que o foco estará na trajetória do NII (margens financeiras) e NIM (margem de lucro líquida) dos clientes (grande decepção do 1T24), bem como atualizações sobre seu plano estratégico, notadamente iniciativas de custo.

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O JPMorgan mantém classificação equivalente à compra para Bradesco e preço-alvo de R$ 18.

Para o Banco do Brasil (BBAS3), o JPMorgan espera lucro de R$ 8,5 bilhões (ROE de 21%) e os principais tópicos devem girar em torno da contribuição da Patagonia para o NII (R$ 1 bilhão no 1T24) e inadimplência de empresas e agronegócio continuando a aumentar, o que pode impactar provisões. O banco reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 32.

Os analistas esperam ainda que o Santander registre lucros de R$ 3,3 bilhões com NII de mercado fraco e NII de cliente atrasado em relação ao crescimento dos empréstimos. O banco disse ver o crescimento dos empréstimos de bancos estrangeiros ficando aquém dos pares privados, mas espera que o Santander se beneficie mais da recuperação dos empréstimos para automóveis.

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O JPMorgan também reitera compra para Santander e preço-alvo de R$ 32.

Nubank (ROXO34)

Embora o Nubank continue sendo uma incrível história de disrupção, o JPMorgan disse estar preocupado que o crescimento desacelere à medida que a empresa se torna desproporcionalmente grande em determinados segmentos de renda e produtos.

O banco projeta lucro de US$ 424 milhões, um crescimento de 12% na base trimestral e, embora tenha visibilidade limitada, destaca que os obstáculos cambiais devem pesar no crescimento dos empréstimos em termos de dólares no final do período.

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Sobre a qualidade dos ativos, o JPMorgan espera que os investidores sigam as tendências do 1T24 – o que significa que o mercado ficará bem se o NII ajustado ao risco continuar se expandindo em um ritmo bom (ou seja, maiores encargos de provisão sendo compensados por uma forte linha superior).

Além disso, a qualidade dos ativos continua sendo uma preocupação para muitos investidores – a relação E-H do Nubank Brasil deteriorou ainda mais 50bps em abril, enquanto os NPLs da indústria em maio para cartão de crédito desde março deterioraram +330bps para o rotativo e +70bps para parcelado.

O JPMorgan mantém classificação de compra para ADR do Nubank e preço-alvo de US$ 12.

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Inter (INBR32)

Para o Inter, o JPMorgan elevou preço-alvo de R$ 30 para R$ 38, mas manteve recomendação neutra. Analistas também aumentaram a previsão de lucros para 2024 em 4% para R$ 920 milhões (ex-minoritários) principalmente devido a provisões menores.

Para o trimestre, o banco projeta lucro de R$ 217 milhões ex-minoritários e ROE de 10%.

O JPMorgan destaca que o Inter tem feito um ótimo trabalho melhorando o ROE ultimamente, embora parte do ritmo de 0% para 10% tenha sido impulsionado por itens que deve ser mais difíceis de escalar agora, como: (i) mudança na remuneração dos depósitos do InterLoop; (ii) cerca de 800 reduções de pessoal durante 2023 e controle de custos significativo (ou seja, enquanto esperamos que a eficiência continue melhorando, esperamos que as despesas gerais aumentem um pouco); e (iii) alguns ganhos de taxas de desempenho em 2023, todos recorrentes, mas que podem não se repetir todos os trimestres/anos.

Para 2024 e 2025, no entanto, o JPMorgan acredita que o financiamento PIX e outros empréstimos não garantidos podem ser um poderoso impulsionador da lucratividade se bem executados, mas com o Inter negociando a um prêmio em relação ao Itaú agora em 2,0 vezes (sim, crescimento mais rápido dos empréstimos, mas partindo de um ROE mais baixo, atualmente abaixo do CoE), analistas acreditam que os investidores precisam estar totalmente confiantes de que o ROE continuará se expandindo, não para 20% de ROE de longo prazo, mas para além de 25-30% para justificar o potencial de valorização daqui em diante.