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SÃO PAULO — O JP Morgan reiterou a recomendação overweight (desempenho acima da média do mercado) para o Brasil, e sinalizou que o país é um dos melhores para investir em ações na América Latina em 2020. Só a Colômbia recebeu a mesma recomendação na região.
“O rali de dezembro produziu valuations maiores, mas também renovou o otimismo com uma boa história idiossincrática que funcionaria bem sob uma perspectiva global melhor e um ambiente macro mais forte”, disse a estrategista Emy Shayo Cherman, em relatório.
Para o banco, os drivers de 2020 são uma continuação dos que guiaram o Brasil em 2019: reformas, maior crescimento, taxas de juros mais baixas, o que estimula uma aplicação maior no mercado de ações. “Em suma, 2020 tem potencial para ser como 2019, especialmente considerando a melhor perspectiva global.”
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As ações brasileiras, segundo o JP, vão continuar reagindo aos avanços da agenda de reforma do governo, após a aprovação da reforma da Previdência.
“É difícil rastrear e lidar com problemas mecanismo fiscal, com o eventual avanço da reforma tributária. Nós pensamos que saneamento e reforma previdenciária dos estados poderiam ser finalizados no 1º semestre, mas as eleições municipais colocam um fim na atividade do congresso na segunda metade do ano”, diz a estrategista.
O importante, continuou Emy, é ver a agenda avançando, mantendo o ritmo e a postura de que uma nova estrutura macro está sendo implementada. Segundo ela, as privatizações ajudam nessa frente (meta de R$ 150 bilhões para 2020), assim como mais avanços na agenda comercial.
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Sobre o crescimento econômico, a estrategista do JP acredita que o PIB do país deve subir entre 2% e 2,5% neste ano, acima do previsto para 2019 (cerca de 1%) e o melhor desde 2013. Os principais fatores de crescimento devem continuar sendo o consumo, a expansão do crédito e a melhora do emprego, embora o investimento também deva começar a subir.
“As taxas de juros estão mais baixas e também a percepção de risco, como o CDS brasileiro, que está muito próximo de seu nível mais baixo de todos os tempos, encolhendo 100 pontos-base em 2019. Isso estimula uma fuga da renda fixa para ações. Isso aconteceu em 2019, compensando em mais de duas vezes o resgate de investidores estrangeiros.”
Riscos
A estrategista alertou que há riscos para o Brasil, que “são os típicos” de toda América Latina: uma choque repentino que surpreende os mercados, proveniente de escândalos, greves, protestos e/ou demissões/trocas de cargos. “Os cisnes negros costumam visitar o Brasil com frequência, e são eles que devemos temer, considerando que em 2019 eles não apareceram.”
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“O Brasil não está caro, mas pensamos que existem alguns setores ricos: consumo e saúde — também em certa medida o setor industrial. O setor financeiro tem um prêmio de cerca de 20% sobre os mercados emergentes, mas não achamos que isso seja excessivo e existem oportunidades nesta área. Encontramos oportunidades também em Pão de Açúcar, Petrobras e Vale”, concluiu a estrategista do JP.
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