Jerome Powell não descarta alta superior a 25 pontos-base nos juros americanos em próxima reunião

No caso de as expectativas para a inflação ficarem em um nível insustentável, autoridade monetária da maior economia do mundo promete agir

Estadão Conteúdo

Jerome Powell, presidente do Fed (Foto: Samuel Corum/Getty Images)
Jerome Powell, presidente do Fed (Foto: Samuel Corum/Getty Images)

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O presidente do Federal Reserve não descartou nesta segunda-feira (21) um cenário de aperto monetário mais rápido do que o atual, caso um prolongado período de escalada de preços nos Estados Unidos impulsione as expectativas de inflação para um nível insustentável. Na semana passada, o BC da maior economia do planeta elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, à faixa entre 0,25% e 0,50%.

“Se concluirmos que é apropriado agir de forma mais agressiva, elevando a taxa dos Fed Funds em mais de 25 pontos-base em uma reunião ou reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) o faremos”, afirmou Powell, durante evento organizado pela associação Nacional de Economia para Empresas (Nabe, na sigla em inglês).

Powell também disse “há um clara necessidade” de retornar a política monetária a uma postura mais “neutra”, ou até “mais restritiva”, se necessário para assegurar a estabilidade de preços. “Estamos comprometidos em restaurar a estabilidade de preços, preservando um mercado de trabalho forte”, destacou.

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Guerra da Ucrânia deve pressionar economia global

O presidente do Federal Reserve afirmou ainda que o conflito decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia deve ter impacto significativo na economia global. “A magnitude e a persistência desses efeitos permanecem altamente incertos e dependem de eventos que ainda ocorrerão”, disse.

Powell lembra que os dois países envolvidos na guerra são grandes produtores de commodities. Para ele, além dos efeitos diretos da escalada dos preços de petróleo e outros produtos, o confronto bélico deve restringir a atividade econômica internacional e exacerbar os problemas nas cadeias produtivas, com efeitos para os Estados Unidos.

O banqueiro central entende que a maior economia do planeta está mais bem posicionada para lidar com um choque de petróleo atualmente do que em episódios semelhantes anteriores. “Em termos líquidos, os choques do petróleo tendem a pesar na produção da economia dos EUA, mas muito menos do que na década de 1970”, disse, acrescentando que o movimento pode reduzir rendas de famílias e, assim, a demanda.

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