JBS (JBSS3): ação sobe 6,7% junto com setor e após ter recomendação elevada, com visão de que “pior já passou”

Após atingir margem consolidada mais baixa em uma década no 1T23, analistas projetam recuperação das margens a partir do 2T23

Felipe Moreira

(Shutterstock)
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O Bradesco BBI elevou a recomendação para ações da JBS (JBSS3) de neutro para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), uma vez que, em sua avaliação, o pior já passou. Nesta quinta-feira (29), JBSS3 avançou 6,67%, a R$ 17,43, em um dia também de alta para os papéis de frigoríficos. BRF (BRFS3, R$ 8,63, +3,98%), Marfrig (MRFG3, R$ 7,14, +2,59%) e Minerva (BEEF3, R$ 10,38, +2,57%) também tiveram ganhos expressivos, em um dia de alta forte para o Ibovespa.

A equipe de research lembra que a JBS vende diferentes tipos de carne, que geralmente possuem níveis de margem distintos devido à “ciclicidade” do negócio, mas todos atingiram níveis muito comprimidos no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Isso resultou na margem consolidada mais baixa em uma década e levando a JBS a apresentar um desempenho inferior ao Ibovespa em cerca de 30 pontos percentuais no acumulado do ano (com queda de 25% de JBSS3 em 2023, ante alta de 7% do Ibovespa.

Portanto, considerando que as margens da JBS são cíclicas (o que impacta seu preço das ações), analistas acreditam que esse cenário cria uma oportunidade de compra não vista nos últimos 10 anos ou mais, à medida que esperam que a margem de Ebitda (Receita sobre Ebitda) da JBS se recupere nos próximos trimestres, à medida que os desafios forem superados.

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Isso se dá, segundo BBI, devido a: i) o fenômeno climático El Niño, que provavelmente reduzirá a seca nos Estados Unidos nos próximos meses (melhorando pastagens, fornecimento de grãos para alimentar animais), o que tem levado a custos mais altos nos últimos três anos; ii) a oferta total de carne nos EUA provavelmente diminuirá em 2024 após anos de expansão para resolver o excesso de oferta de carne; e iii) mudanças na gestão ajudando a fechar a lacuna de desempenho/margem em relação aos concorrentes.

Com base nesses fatores, o BBI projeta Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024-2025 8% acima do consenso e espera que as margens aumentem para 7,5% em 2024 e 8,2% em 2025 (partindo de 2,5% no 1T23) a partir do 2T23.

Em termos de avaliação, a JBS está sendo negociada a 4,9 vezes Valor da Firma/Ebitda para o ano fiscal de 2024, abaixo da média histórica de 5,5 vezes para um ano à frente, e é negociada a um múltiplo ainda mais atrativo de 4,1 vezes em 2025, considerando margens normalizadas. Sendo Assim, o BBI manteve preço-alvo de R$ 30 para os papéis do frigorífico, o que representa um potencial de valorização atrativo de 83,6% frente a cotação de fechamento da última quarta-feira (28) de R$ 16,34.