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SÃO PAULO – A quinta-feira (17) foi bem agitada no mercado brasileiro, em meio à expectativa da pesquisa eleitoral – que deve sair ainda hoje – e ao desenrolar da queda do avião na fronteira entre Ucrânia e Rússia. A espera pelo Datafolha refletiu nas ações da Petrobras (PETR3, R$ 18,18, +1,85%; PETR4, +1,29%, R$ 19,56), que tiveram sua sexta alta consecutiva. Enquanto isso, os papéis dos bancos, que buscaram recuperação nesta manhã depois da derrapada de ontem, operam em sentidos opostos.
Engrossaram a lista das maiores perdas do Ibovespa os papéis da Oi (OIBR4) e siderúgicas, esses últimos que subiram ontem depois de dados positivos da China. Por outro lado, Embraer (EMBR3) e JBS (JBSS3) apareceram entre as maiores altas do dia, os papéis subiam 1,64% e 2,43%, respectivamente, a R$ 21,72 e R$ 8,44.
Fora do radar, a micro cap Tecnosolo completou alta de 160% em 3 dias e passa a valer R$ 0,39 – maior patamar desde 2012.
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Confira os principais destaques da Bolsa nesta quinta-feira:
JBS, Marfrig e Minerva
De acordo com a analista Luciana de Carvalho, do BB Investimentos, impactou para a alta dos papéis um acordo ainda não consolidado entre Brasil e China prevê que a China voltará a importar carne bovina do Brasil, o que não faz desde 2012. De acordo com ela, a notícia é vista com bons olhos pelas empresas já que a China é um mercado em expansão. O assunto foi uma das pautas que permearam durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil para a cúpula dos Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A notícia teve impacto nas ações da JBS (JBSS3, R$ 8,44, +2,43%), Marfrig (MRFG3, R$ 6,58, +1,23%) e Minerva (BEEF3, R$ 11,17, 2,67%).
Tecnosolo
Fora do radar dos grandes investidores, duas small caps também chamaram atenção hoje. A Tecnosolo (TCNO4) volta a disparar hoje na Bolsa, os papéis registraram valorização de 44,44%, a R$ 0,39, no maior patamar desde março de 2012. Nos últimos três dias, os papéis dispararam 160%. Em entrevista ao InfoMoney na última terça-feira, o diretor de RI da empresa, André Camacho, ressaltou que a empresa deu a volta por cima depois de quebrar em 2012, conseguindo uma nova carteira de serviços, e que o mercado deve estar acompanhando essa evolução da empresa, o que tem refletido nas ações. Do dia 18 para cá, a alta dos papéis é de 440%.
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JB Duarte
Além dela, as ações da JB Duarte (JBDU4) subiram 7,41%, a R$ 0,29 e atingiram o maior patamar do ano. Além da valorização, impressionou também o volume financeiro do papel, que alcançava R$ 518 mil – no maior patamar desde fevereiro de 2013. Nesta manhã, a empresa anunciou que foi celebrado, em reunião realizada em 15 de julho, memorando de entendimento com a Golden Eagle Investments, sob a interveniência da acionista controladora Duagro. Por meio do documento, a companhia se beneficiará com a obtenção de investimentos de US$ 5,268 milhões, mediante integralização da Golden Eagle em futuros aumentos de capital da companhia.
Oi (OIBR3, R$ 1,69, -6,63%; OIBR4, R$ 1,65, -6,25%)
Depois de subirem forte ontem após alívio de que a fusão com a Portugal Telecom ocorreria mesmo com o calote da Rioforte, as ações da Oi caíram hoje após a ter perdido grau de investimento e diante de um olhar mais atento dos analistas para o novo acordo para a fusão. Os papéis preferenciais da companhia lideraram as perdas do Ibovespa.
A Fitch rebaixou as notas de crédito da Oi e da Portugal Telecom ontem. As companhias tiveram suas avaliações “BBB-” cortadas para grau especulativo “BB+”, com perspectiva estável. Essa é a primeira nota fora do grau de investimento – categoria em que os ativos são considerados seguros para investir – e a primeira dentro do nível chamado “junk” (grau especulativo”.
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Analistas avaliam que parte relevante da conta gerada pelo polêmico investimento da Portugal Telecom ainda será bancada por acionistas da empresa de telecomunicação brasileira. “O ponto é: nos atuais preços de mercado, a Portugal Telecom está dando à Oi o equivalente a 750 milhões de euros, menos do que a dívida da Rioforte (de 897 milhões de euros)”, afirmou a analista Caroline Hees, da Brasil Plural, em relatório.
Vale (VALE3, R$ 31,48, -1,38%; VALE5, R$ 28,16, -1,26%)
As ações da Vale recuaram hoje após subirem forte nos últimos dois dias. Nesta manhã, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse, em entrevista em Brasília, que vê o preço do minério – que caiu 0,51%, a US$ 97,50 por tonelada, nesta sessão – voltar aos patamares históricos, enquanto espera que o crescimento econômico da China continue “muito bom”.
Ainda nesta quinta-feira, o chinês Eximbank declarou que deverá estender uma linha de crédito de US$ 5 bilhões para a mineradora brasileira Vale, com validade para 3 anos. A linha de crédito do Eximbank visa apoiar a compra de navios e equipamentos de companhias chinesas pela Vale.
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Além disso, a Vale assinou um memorando de entendimento com o Banco da China (BOC em inglês), também com validade de 5 anos, para eventuais empréstimos de atpe US$ 2,5 bilhões. Segundo a empresa, o BOC poderá oferecer linhas de crédito sob a forma de empréstimos sindicalizados, empréstimos bilaterais, crédito à exportação, entre outras iniciativas. As possíveis linhas de financiamento serviriam para financiar a aquisição de equipamentos, bens e serviços na China.
Cielo (CIEL3, R$ 43,05, -1,49%)
As ações da Cielo caíram no seu 4º pregão seguido, quando acumulam perdas de quase 8%. Apesar da queda, os papéis chegaram a bater sua máxima história (R$ 47,10) na segunda-feira. A empresa divulgou ontem um levantamento que mostra queda de 7,2% no tíquete médio gasto por turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, na comparação com o padrão dos primeiros cinco meses do ano. No período do mundial, os estrangeiros gastaram em média R$ 241 por compra, enquanto que, entre janeiro a maio, o gasto médio foi de R$ 260.
Braskem (BRKM5, R$ 14,27, -1,25%)
As ações da Braskem caíram hoje, refletindo a revisão de preço-alvo feita pelo Santander. O target dos papéis passaram de R$ 24 para R$ 15,50.
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Hypermarcas e Cia Hering
As ações da Hypermarcas (HYPE3, R$ 18,69, -1,79%) e Cia Hering (HGTX3, R$ 20,25, -0,34%) digerem hoje cortes de recomendação. Os papéis da Cia Hering chegaram a cair 1,38% na mínima do dia. O Credit Suisse rebaixou a classificação das duas empresas de “outperform” (desempenho acima da média) para neutra.
CSN (CSNA3, R$ 10,68, -6,64%)
Após subirem com dados positivos da China durante esta semana, nesta quinta as ações da siderúrgica caíram 6% e ocuparam a segunda posição entre as perdas do Ibovespa. Mesmo com a queda do dia de hoje, os papéis CSNA3 acumulam 14,36% de ganhos no mês de julho. Mais uma vez, a corretora do Itaú liderou as compras das ações nesta quinta-feira.
Desde que anunciou a recompra de ações, em 26 de junho, é possível verificar que a Itaú Corretora – instituição escolhida pela CSN para intermediar o programa de recompra – é com larga vantagem a maior compradora dos papéis CSNA3 na Bovespa, o que se torna um grande indício de que a CSN está recomprando fortemente seu papéis. O programa de recompra tem prazo para terminar, o que pode abrir uma pressão vendedora para a empresa nos próximos pregões, tendo em vista o pessimismo dos analistas com a empresa.
O atual programa da companhia prevê a aquisição de até 3% do total de ativos em circulação, ou 26.781.661 papéis, até o próximo dia 25 de julho.
Gol (GOLL4, R$ 12,60, -4,55%)
As ações da Gol caem forte pelo 2º dia seguido. A companhia aérea é diretamente impactada pela alta do dólar, já que a maior parte dos seus custos vem dos combustíveis – que é lastreado na moeda norte-americana. Nesta quinta-feira, o dólar comercial subiu 1,5%, e os contratos futuros de petróleo subiram quase 2% em Nova York.
Brasil Insurance (BRIN3, R$ 10,04, -4,38%)
A quantidade de ações da BR Insurance em posse de membros da diretoria saltou de 100 para 10.078 apenas em junho, mostrou a companhia no formulário consolidado na sexta-feira. Ainda assim, o grupo não detém nem sombra do que tinha da seguradora em abril. Antes da forte queda de 63% das ações em 5 dias do mês, a diretoria da BR Insurance contava com 1,027 milhão de papéis.
Segundo o documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as compras dos 9.978 papéis foram realizadas nos dias 13, 18, 24, 25, 26, 27 e 30 do mês passado, tendo como intermediária a Itaú Corretora. A companhia, porém, não deu detalhes do valor movimentado em cada uma das datas informadas.
Vale lembrar que a BR Insurance viveu momentos conturbados no começo do ano, quando chegou a despencar 63% em apenas 5 dias em abril. A reviravolta começou no mesmo mês: a partir da mínima de R$ 5,68 alcançada, os papéis da companhia já acumularam ganhos na casa dos 100%, embora no ano ainda marquem queda de 35,25%.
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