Itaú, Santander e Safra fazem oferta por Citi; Oi não alcança acordo de dívida e mais 12 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (17)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se o mercado segue de olho nos temores sobre o “Brexit”, com a votação para decidir se haverá ou não a saída do Reino Unido da União Europeia na semana que vem, o noticiário corporativo brasileiro segue bastante movimentado. Veja os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (17):

Citi
O Itaú Unibanco (ITUB4), o Safra e o Santander Brasil (SANB11) fizeram oferta por varejo do Citi, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O Citigroup deu até a semana passada para que interessados apresentassem suas ofertas e decidiu aceitar ofertas separadas para cada país em que está vendendo as operações de varejo, Brasil, Argentina e Colômbia. O Itaú e Safra teriam feito oferta apenas pelo Brasil e a oferta do Santander seria por Brasil e Argentina, segundo uma fonte ouvida pelo jornal; outra diz que lance seria pelos três países. Citi, Itaú, Safra e Santander não comentaram, diz a publicação. 

Oi
Em comunicado, a Oi (OIBR4) informou que não alcançou nenhum acordo de renegociação de dívida. Ela ainda destacou que cerca de 60% dos recebíveis da Oi estão penhorados a bancos brasileiros. A empresa de telecomunicações  divulgou informações sobre a negociação com credores após o fim do período de confidencialidade. Os credores propuseram deter 95% das ações em renegociação; a empresa não respondeu à proposta feita pelos credores, no dia 11 de junho, segundo documentos sobre a renegociação de dívidas. A proposta também incluiu a postergação dos vencimentos por 6 anos, sem amortizações por 7 anos. O fluxo de caixa após pagamentos de juros, antes de amortização, deve ficar negativo em R$ 7 bi entre 2016 e 2018. 

Já na quinta-feira, a companhia destacou que as suas subsidiárias PT Participações e Africatel KG e sua controlada Africatel BV celebraram contratos com a Samba, afiliada da Helios Investors para extinguir procedimento arbitral iniciado contra a Africatel KG em novembro de 2014. 

Pelo acertado, a Samba vai encerrar o procedimento arbitral contra subsidiárias da Oi, de 2007, além de renunciar a certos direitos de aprovação e transferir para a Africatel BV 11 mil ações reduzindo a participação da Samba naAfricatel BV de 25 para 14 por cento. Em contrapartida, a Africatel BV vai transferir para a Samba sua fatia de cerca de 34 por cento no capital da operadora namibiana de telecomunicações Mobile Telecommunications. 

A companhia também comunicou que a Ontario Teachers Pension Plan vendeu 7,03 milhões de ações da Oi, passando a deter 32,3 milhões de papéis. 

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Estácio
A Estácio (ESTC3) anunciou na noite da véspera que Rogério Frota Melzi renunciou ao cargo de Diretor Presidente da companhia. A empresa passa por um momento agitado após uma proposta de aquisição feita pela Kroton (KROT3) e outra de fusão pela Ser (SEER3).

“Por deliberação tomada em reunião realizada nesta data e em continuidade ao processo de reestruturação administrativa da Estácio iniciada neste ano, o Conselho de Administração decidiu reduzir a diretoria executiva da Companhia de sete para cinco membros, que passará a ser composta por Diretor Presidente, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Diretor de Ensino e os demais Diretores sem designação específica, que assumirão as seguintes Diretorias: de Operações e de Gente e Gestão”, diz o comunicado da Estácio.

Em substituição a Rogério Melzi, a companhia anunciou que Chaim Zaher passará a ocupar, de forma interina, o cargo de Diretor Presidente. “Ficam mantidos PedroThompson, Gilberto Teixeira de Castro, Marcos de Oliveira Lemos e Miguel Filisbino Pereira de Paula, respectivamente como Diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Diretor de Operações, Diretor de Ensino e Diretor de Gente e Gestão”, diz a nota. Em razão da sua indicação como Diretor Presidente, Chaim Zaher se licenciou de suas funções como membro do Conselho de Administração da companhia e dos comitês dos quais participava, bem como da presidência do Grupo SEB.

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Segundo o Santander, aumentaram as chances de uma alternativa ‘não fazer nada’. Ou seja, o conselho da Estácio decidir não se unir com Kroton ou Ser”. No entanto, eles continuam vendo uma fusão com Kroton como o cenário mais provável”.

Ainda sobre o setor educacional, segundo a Reuters, a Kroton está disposta a melhorar a oferta de compra da Estácio e voltará a se reunir com o Conselho de Administração da concorrente ainda esta semana, em que vai tratar objetivamente do assunto. “O mercado está pagando um prêmio pelas ações da Estácio que pressupõe uma relação de troca de 1,15 (papel da Kroton por ação da Estácio)”, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato. De acordo com a fonte, “a Kroton está totalmente focada em fazer uma transação negociada e não trabalha com oferta hostil”.

Vigor
A FB Participações publicou edital no jornal O Estado de S. Paulo, afirmando que a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Vigor (VIGR3) será válida de hoje até 19 de julho, quando será realizado o leilão na BM&FBovespa. O preço da OPA é mantido em R$ 25,00 por ação, confirmando o fato relevante divulgado em 18 de março. A OPA mira totalidade das 13.385.622 ações em circulação.

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Vale
Segundo a Reuters, a Mosaic iniciou conversas por unidade fertilizantes da Vale (VALE3;VALE5). O valor da unidade de fertilizantes pode chegar a US$ 3 bilhões. A transação por dinheiro e ações é a opção favorita neste momento e Vale poderia se tornar a maior acionista da Mosaic, com fatia de 12%-15% dependendo do percentual de ações ofertado, segundo a agência. A Vale e Mosaic não comentaram.

Petrobras
 A Petrobras (PETR3PETR4) recebeu oferta pela BR Distribuidora, disse o presidente da estatal, Pedro Parente, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, na noite de quinta-feira (16). O CEO, no entanto, não detalhou se a ideia é vender uma participação minoritária ou o controle da BR Distribuidora. Em relação à Braskem (BRKM5), disse que não há negociação nenhuma. 

Para resolver o problema do endividamento da estatal, que hoje equivale a cerca de 5 vezes a geração operacional de caixa da empresa, Parente citou o programa de desinvestimento e as parcerias, ressaltando as negociações da BR Distribuidora e da Liquigás. 

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Ultrapar
O apetite da Ultrapar (UGPA3), dona da rede Ipiranga, por compra de ativos no País continua firme. Após anunciar a aquisição da distribuidora de combustíveis Ale, por R$ 2,17 bilhões no domingo passado, o conglomerado também está em negociações para a compra da rede de farmácias Big Ben, que pertence à BR Pharma (BPHA3), do banco BTG Pactual, e ainda disputa a compra da Liquigás, de gás de cozinha, controlada pela Petrobras, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Paranapanema
A Paranapanema (PMAM3), maior produtora brasileira não-integrada de cobre refinado, vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas, convocou acionistas para uma Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada em 18 de julho para deliberar sobe a postergação do pagamento dos dividendos declarados em 29 de abril.

“Em caso de aprovação pela Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas, o pagamento de referidos dividendos, conforme Proposta da Administração, será realizado até 30 de dezembro de 2016”, diz comunicado da companhia.

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JSL
A JSL (JSLG3) assinou R$ 2,17 bilhões em novos contratos de logística em 2015. Os contratos têm prazo de até sete anos, dos quais 41% com novos clientes. Os contratos vão gerar investimentos totais de R$ 572 milhões, R$ 347 milhões em 2015 e R$ 225 milhões em 2016. A projeção de receita adicional da Movida (aluguel de carros) para 2016, com base na frota no final de 2015, é de R$ 202 milhões, alta de 44% na comparação anual. “No momento em que as empresas têm mais necessidade de buscar competitividade, produtividade e até sobrevivência, aceitam novas maneiras de operar e é nesse momento que a JSL contribui”, disse Denys Ferrez, diretor financeiro da JSL, em entrevista por telefone para a Bloomberg. 

 Copel
O Conselho de Administração da Copel (CPLE6) aprovou na quinta-feira a renovação do Termo de Ajuste da CRC entre a companhia e o Governo do Estado do Paraná. A renovação contempla carência parcial do pagamento de juros e amortização até 31 de dezembro de 2017, sem perda real do valor total do contrato, mantendo seu valor presente líquido. As demais cláusulas do contrato serão mantidas.

Cemig
A Odebrecht, a Cemig (CMIG4) e a Andrade Gutierrez negociam Santo Antônio com chineses, segundo o Valor Econômico. O grupo de negociadores está na China negociando com estatais, entre elas China Three Gorges e State Grid, considerada a compradora mais provável, segundo o jornal, citando fontes não identificadas. O valor estimado da participação à venda é de R$ 9 bilhões. A Odebrecht, Cemig e Andrade têm 51% da Madeira Energia, que controla a hidrelétrica. A Odebrecht Energia confirmou haver negociações com alguns grupos empresariais, entre eles companhias chinesas, segundo o joenal. A Andrade Gutierrez não comentou e Cemig não respondeu a pedido de comentário do jornal.

JHSF
Os debenturistas da JHSF (JHSF3) reunidos na quinta-feira aprovaram novas condições para a emissão, disse a companhia em fato relevante. Os credores aprovaram ampliar período de carência para amortização do principal de 2 para 4 anos Início da amortização do principal, de R$ 800 milhões, em 12 parcelas semestrais, a primeira em junho de 2018.

Contax
O Conselho de Administração da Contax (CTAX3) cancela oferta de ações com esforços restritos, em meio à atual conjuntura desfavorável do mercado nacional. “Os valores eventualmente depositados pelos acionistas no âmbito da oferta prioritária serão devolvidos pelo respectivo agente de custódia, sem juros ou correção monetária, sem reembolso de custos incorridos e com dedução, se for o caso, de quaisquer tributos ou taxas eventualmente incidentes”. Em 1º de junho, o conselho havia aprovado oferta de até 19,9 milhões de ações ordinárias com esforços restritos. A companhia condicionava oferta ao montante mínimo de R$ 20 milhões e os recursos da oferta seriam destinados a reforço de caixa e financiamento do plano de negócios e amortização de dívida financeira.

 (Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.