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Como esperado, o o Itaú (ITUB4) apresentou outro conjunto “impressionante” de resultados, apontam analistas de mercado, com muitos deles reforçando como a preferida do setor. Com isso, às 10h31 (horário de Brasília) desta terça-feira (5), os ativos ITUB4 subiam 2,27%, a R$ 37,08.
No terceiro trimestre de 2024 (3T24), o banco registrou um lucro líquido de R$ 10,7 bilhões, superando as estimativas da XP em 4%, com um ROE (retorno sobre patrimônio líquido) de 22,7%. As projeções compiladas pela LSEG apontavam lucro líquido de R$ 10,359 bilhões no período para o maior banco brasileiro em ativos.
Na avaliação dos analistas da casa, esse ROE poderia ter sido ainda maior se não fosse o excesso de capital, já que o índice de Basileia ficou em 17,2% (calculado com base na relação entre o patrimônio de um banco e o volume de empréstimos que ele possui) no final do trimestre.
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“Esse forte desempenho reflete uma aceleração no crescimento da carteira, levando o banco a revisar para cima seu guidance de crescimento da carteira para 2024. De modo geral, prevemos que o banco continuará a aumentar seus lucros nos próximos trimestres, enquanto distribui seu capital excedente aos acionistas”, avaliam os analistas da XP. A previsão para expansão da carteira de crédito passou de 6,5% a 9,5% para entre 9,5% e 12,5%.
Por outro lado, manteve outras projeções para 2024, que incluem custo do crédito entre R$ 33,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões e crescimento da margem financeira com clientes entre 4,5% e 7,5%.
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No terceiro trimestre, a carteira de crédito total do Itaú registrou R$ 1,278 trilhão, com crescimento de 1,9% e 9,9% trimestral e anualmente, respectivamente. O Itaú acelerou em relação ao 2T, encerrando o trimestre acima da faixa do guidance.
O forte desempenho durante o trimestre deveu-se, em grande parte, aos empréstimos para os segmentos de micro, pequenas e médias empresas (+12,3% em relação ao ano anterior) e empréstimos para empresas (+14,4% em relação ao ano anterior). “Embora o segmento de pessoas físicas tenha ficado atrás do segmento de pessoas jurídicas e PMEs, com crescimento de 5,1% em relação ao ano anterior, ele também acelerou sequencialmente. Vale mencionar que o desempenho no terceiro trimestre foi impulsionado por empréstimos para veículos (+9,5% em relação ao ano anterior) e empréstimos pessoais (+8,5% em relação ao ano anterior)”, apontam os analistas da XP.
A Genial Investimentos também ressalta mais um sólido trimestre do Itaú, com aceleração no crescimento do lucro e expansão da rentabilidade. O ROE de 22,7% foi provavelmente a maior rentabilidade entre os bancos incumbentes neste trimestre, reafirmando sua posição de destaque. O capital principal do banco chegou a 13,7%, bem acima de seus pares, com uma alta de 0,6 ponto percentual (pp) trimestralmente, refletindo um sólido crescimento orgânico.
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O índice de inadimplência acima de 90 dias total ficou em 2,6%, de 3,0% um ano antes e 2,7% no trimestre imediatamente anterior. O custo do crédito somou R$ 8,25 bilhões, queda de 11,0% ano a ano e de 6,4% ante o segundo trimestre.
A redução do custo do crédito ocorreu “em função da menor despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa em todos os segmentos”, afirmou o banco, que destacou em relatório impacto positivo de R$ 500 milhões devido a um “cliente específico do segmento de grandes empresas”, sem especificar.
O impacto positivo em suas provisões de crédito devido ao cliente específico no segmento de grandes empresas foi por conta de Americanas (AMER3). O impacto foi um pouco menor do que a Genial esperava inicialmente, pois o banco utilizou parte desse montante para constituir novas provisões complementares, anteriormente aplicadas durante o processo de recuperação judicial da varejista.
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O impacto visível de R$ 500 milhões (R$ 275 milhões líquido de impostos), relacionado a esse cliente é comparado com o inicialmente estimado pela casa de um impacto bruto superior a R$ 820 milhões. “Portanto, acreditamos que cerca de R$ 300-400 milhões foram alocados para a recomposição dessas provisões adicionais”, avalia a Genial.
Os analistas estimam uma exposição total à Americanas de R$ 2,7 bilhões, 100% provisionada; porém, ao contrário do que esperavam, grande parte ainda não havia sido baixada para prejuízo (written-off).
O JPMorgan reforça que, com tudo levado em conta, a consistência com boa qualidade continua a fazer com que o Itaú registre outro bom trimestre.
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O banco destaca três pontos positivos. Em primeiro lugar, o EBT (lucro antes de impostos) está crescendo a um ritmo de 20% anualmente. Segundo lugar, isso foi principalmente uma superação das receitas (ainda que as provisões também tenham sido menores e parcialmente ajudadas pela Americanas), mas ainda encontra uma boa margem financeira de clientes e dinâmica de seguros, compensando taxas de serviço sem brilho. Terceiro, vê como positivo um aumento de 60 pontos-base (bps) no índice CET1 (proporção do capital patrimonial principal de um banco e seus ativos ponderados por risco) para 13,7%, o que deve dar suporte à discussão extraordinária sobre dividendos, apesar da revisão da orientação de crescimento de empréstimos.
Sobre o tema do índice CET 1, a XP vê o banco mantendo uma forte posição de capital e liquidez. Além disso, com base apenas no limite de 13,5% acima do Nível 1, continua vendo espaço para o Itaú pagar dividendos bem acima do mínimo exigido pela Lei das Sociedades Anônimas (25%). Como referência, em 2023 os indicadores de capital eram ligeiramente inferiores aos atuais e o payout (dividendo em relação ao lucro_ do banco atingiu mais de 60%. Assim, estima que o Itaú poderia pagar mais de 70% este ano.
Em teleconferência, o presidente-executivo do banco, Milton Maluhy Filho, afirmou que “certamente” o banco deverá pagar dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2024, com base nas informações que dispõe atualmente. “Nada mudou em relação à nossa expectativa de um dividendo extraordinário”, reiterou.
O Bradesco BBI reforça que os resultados do Itaú contêm tendências sólidas no 3T24, destacando uma aceleração sequencial no crescimento de empréstimos individuais e indicadores positivos de qualidade de ativos em todos os níveis, com melhora nos índices de inadimplência e melhor formação de inadimplência, ou “NPL formation” (a variação do saldo de créditos em atraso). “É importante ressaltar que a margem do Itaú com clientes para a operação brasileira permaneceu estável em 9,5%, enquanto seu NIM (margem de juros líquida) ajustado ao risco se beneficiou da reversão de provisão”, avaliam os analistas.
Para o BBI, é importante ressaltar que o aumento de 5,8% nas despesas operacionais em relação ao trimestre anterior foi o principal fator negativo do trimestre, mas permanece na extremidade inferior da faixa de orientação em 6,1% (versus orientação de 5,0-8,0%).
Visão positiva mantida
Com mais um bom resultado, analistas reiteraram visão positiva para o Itaú. A XP prevê que o banco continuará a aumentar seus lucros nos próximos trimestres, enquanto distribui seu capital excedente aos acionistas. “Reafirmamos nossa recomendação de compra, preço-alvo de de R$ 42 por ação e o banco como nossa principal escolha no setor”, destacam os analistas.
O JPMorgan tem recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para Itaú, com preço-alvo de R$ 40 para os ativos, recomendação equivalente ao do BBI, que tem preço-alvo maior, de R$ 46.
A Genial também tem recomendação de compra: “após mais um resultado sólido e consistente, reiteramos nossa recomendação para as ações do Itaú, destacando-o como nossa principal escolha no setor financeiro. Com um preço-alvo de R$ 40,60, vemos um valuation atrativo, com as ações negociadas a um múltiplo de 8,4 vezes o múltiplo de preço sobre lucro (P/L) para 2024, 7,5 vezes o P/L para 2025, e 1,9 vezes P/VP (valor patrimonial) em 2024, além de um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) robusto de 8,0%”, ressalta. A casa vê crescimento orgânico do capital gerando espaço para dividendos e para expansão do crédito.
De acordo com compilação LSEG, de 12 casas que cobrem a ação ITUB4, 9 possuem recomendação de compra e 3 têm recomendação neutra, com preço-alvo médio de R$ 39,47, ou potencial de alta de cerca de 12% em relação ao fechamento de segunda-feira (4).
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