Itaú sem surpresas: mais uma vez na frente do pelotão em lucro e rentabilidade

Banco divulgou seu balanço na última terça-feira

Felipe Moreira

Agência do Itaú no Rio de Janeiro (REUTERS/Pilar Olivares/Arquivo)
Agência do Itaú no Rio de Janeiro (REUTERS/Pilar Olivares/Arquivo)

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O Itaú (ITUB4) reportou na última terça-feira (6) seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2024 (2T24), sendo sólidos mais uma vez, com o lucro superando os R$ 10 bilhões e aumento de sua rentabilidade (ROE) para notáveis 22,4%.

A XP Investimentos avalia que o Itaú apresentou outro conjunto de bons resultados, com a carteira de crédito registrando crescimento acelerado em relação ao ano anterior e aproximando-se da faixa mais alta do guidance (9,5%). Já o índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 2,7%, o nível mais baixo em dois anos.

O NII (margem financeira) manteve seu ritmo de crescimento, atingindo R$ 27,7 bilhões no 2T24, com notável crescimento de 31% no NII com o mercado, “impulsionado pelos ganhos na estratégia de trading no Brasil”, destacam analistas. A XP reitera Itaú como uma das suas principais escolhas, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 42.

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Apesar do lucro líquido crescente no 2T24 e da qualidade dos ativos sob controle, o Bradesco BBI destaca alguns pontos que chamaram a atenção. Notavelmente, o banco ressalta que a margem do Itaú com clientes registrou seu terceiro trimestre sequencial de contrações, refletindo um mix mais fraco, com crescimento mais forte de grandes empresas.

Enquanto isso, o banco observa que os ganhos de Tesouraria ficaram bem acima das estimativas do BBI e da média dos últimos quatro trimestres de quase R$ 900 milhões. No entanto, analistas reconhecem os fortes resultados de receitas de tarifas e seguros, enquanto as despesas permaneceram sob controle. O banco mantém recomendação de xompra e o preço-alvo de R$ 45,00.

Com mais um trimestre consistente, a Genial Investimentos mantém recomendação de compra para as ações do Itaú, como sua top-pick do setor financeiro, com preço-alvo de R$ 40,60.

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Na avaliação, as ações do Itaú estão sendo negociadas com um valuation atraente de 8,0 vezes Preço/Lucro para 2024, 7,2 vezes Preço/Lucro para 2025 e Preço/Valor Patrimonial de 1,8 vez em 2024.

Adicionalmente, a Genial projeta um generoso dividend yield de 7,5% para 2024, dado que o banco deve aumentar o payout esse ano para distribuir o excesso de capital acumulado. Somente neste trimestre, o Itaú adicionou 10 bps em capital Tier 1 organicamente, alcançando 14,6%, enquanto o mínimo gerencial requerido do banco é de 12%.

O Morgan Stanley comenta que Itaú entregou mais um trimestre com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) crescente, agora em uma alta de vários anos de 22,4%, e a maioria dos KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho) se movendo na direção certa.

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No geral, o mercado provavelmente ficará satisfeito com os resultados, mas não vê espaço para que os números de consenso subam com base na impressão do 2T24, especialmente devido ao NII particularmente forte com os mercados, e isso pode limitar o desempenho das ações hoje. O Morgan tem recomendação overweight (equivalente à compra) e preço-alvo de US$ 8 por ADR.