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O Itaú (ITUB4) divulgou seus números na manhã desta segunda-feira (9) com um lucro recorrente de R$ 7,36 bi no 1º tri de 2022, alta de 15% na base anual.
Já a inadimplência medida por atrasos acima de 90 dias atingiu 2,6% da carteira de crédito do Itaú Unibanco no final do primeiro trimestre deste ano. O número representa um aumento 0,3 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o mesmo período do ano passado, e é 0,1 p.p. maior que o registrado no quarto trimestre de 2021.
Houve um aumento no custo do crédito, para que totalizou R$ 6,968 bilhões no primeiro trimestre, alta de 69,5% em relação frente o 1T21. O banco destacou que esse aumento ocorreu devido à alta de 57,8% das despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), em razão da expansão da carteira de crédito de varejo no período.
De um modo geral, analistas de mercado destacaram que os números do banco foram positivos, ainda que a sessão seja de queda para os ativos em meio ao cenário de aversão ao risco global, que fazia o Ibovespa cair cerca de 1,8% no final da dia. Os ativos ITUB4 ainda fecharam em queda inferior a do Ibovespa, de 1,43%, a 23,45.
Para o Morgan Stanley, o banco entregou resultado sólido e superou expectativa de crescimento de crédito. A equipe de análise do banco também destacou o aumento de margens do banco no período e um maior controle de custos. E nota que, assim como Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), o Itaú também se beneficiou com o aumento da taxa básica de juros e uma mudança no mix de concessão de crédito ao consumidor.
A Levante também citou que, mais uma vez, o Itaú superou os seus dois principais concorrentes, o Bradesco e o Santander. “O banco tem um mix saudável de produtos que garante uma carteira saudável e com qualidade, inadimplência em níveis tranquilos, ainda inferiores aos números apresentados no período pré-pandemia, e um bom desempenho no controle de despesas, que permitiram mais uma vez um aumento do ROE no período”, afirma a Levante.
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O Morgan Stanley também observa que o banco conseguiu reduzir seus custos em 4% de um semestre para o outro, bem abaixo da inflação e de seu crescimento de receita.
Outros destaques foram a normalização das Provisões de Devedores Duvidosos (PDD) e de empréstimos não performados (NPL). “Acreditamos que essa normalização a níveis pré-pandemia aconteceu por conta do grande volumes de renegociações feitas em 2020 e 2021. Além disso, acreditamos que o aumento no volume de empréstimos e a mudança no perfil da concessão de crédito para consumidores de maior risco contribui com um aumento das provisões e empréstimos não pagos”, apontou o banco.
Leia também: Com margem elevada no 1º tri, Itaú (ITUB4) vê cenário volátil e convergência para o guidance em 2022
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O Morgan Stanley reiterou classificação overweight (exposição acima da média do mercado) para o ADR (recibo de ações da empresa negociado na Bolsa de Nova York) ITUB, “nosso banco large-cap favorito na América Latina”, diz a análise. O preço-alvo é de US$ 7,20, ou um potencial de valorização de 55% em relação ao fechamento de sexta-feira.
Já para o Credit Suisse, o lucro líquido foi em linha com sua estimativa. Os analistas do banco suíço destacaram o melhor desempenho da qualidade de ativos do Itaú em relação aos pares, com piora controlada da inadimplência.
Para o Bradesco BBI, o Itaú reportou um “trimestre decente”, com resultados esperados. Segundo os analistas, embora a margem do banco com clientes tenha ficado mais fraca do que os analistas do BBI esperavam, manteve-se em linha com o guidance para 2022, enquanto as provisões refletiram uma ligeira deterioração do NPL (empréstimo de crédito não produtivo).
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“Enquanto isso, os fortes resultados de seguros e operacionais mais do que compensaram as taxas de serviços [fees] sazonalmente mais fracas. Acreditamos que a menor deterioração do NPL em comparação com seus pares do setor privado pode trazer uma leitura positiva do mercado e um desempenho potencialmente positivo”, afirmou o Bradesco BBI. A recomendação do BBI para o Itaú é outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 32, ou um potencial de valorização de 35% em relação ao fechamento de sexta-feira.
Apesar de ter superado levemente as expectativas do Goldman Sachs (em 1%) com relação ao lucro recorrente, o Goldman Sachs notou que o NII (receita líquida de juros) ajustado ao risco do Itaú ficou 7% abaixo das estimativas, com a empresa superando as estimativas principalmente em despesas operacionais, seguros e uma alíquota de imposto mais baixa. O lucro antes dos impostos ficou 2% abaixo do esperado pelo banco, com uma alíquota efetiva de 29% (de 35% no 4T21).
Os analistas do Goldman, por sua vez, ressaltam que o NII de clientes do Itaú foi sólido, em alta de 1%, com melhores volumes, mix e margem de passivos parcialmente compensados por spreads mais fracos na América Latina. O Goldman Sachs mantém recomendação neutra para Itaú, com preço-alvo de R$ 28.
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A XP também segue com recomendação equivalente à neutra para o banco, ainda que tenha destacado seu resultado como ligeiramente positivo em virtude do forte crescimento da carteira de crédito e da margem financeira.
“Paralelamente o Itaú reportou um bom controle de despesas, apesar da piora marginal em sua inadimplência e índice de cobertura”, avaliam os analistas. O índice de cobertura (que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes) teve queda de 9 pontos percentuais na comparação trimestral, para 232%.
Em termos de despesas, o banco reportou um pequeno aumento de 2,9% na base anual nas despesas não financeiras, bem abaixo da inflação do período e próximo à mínima do guidance para o ano, o que os analistas consideraram como positivo. Contudo, reiteraram recomendação equivalente
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Cenário desafiador, mas resiliência
Em coletiva de imprensa nesta manhã, o CEO Milton Maluhy Filho destacou que, apesar do cenário desafiador no início do ano, os números do Itaú foram fortes, com destaque para a boa rentabilidade e o recorde do índice de eficiência da empresa.
“Os números foram em linha com o planejado e demonstram a consistência do nosso desempenho, que é fundamental para seguirmos performando de forma sustentável”, destacou Milton Maluhy Filho.
Milton Maluhy Filho, reforçou que o banco mantém o guidance divulgado em fevereiro para todo o ano de 2022. Segundo ele, após os resultados do 1T22, a expectativa positiva para o ano continua e o banco tem “todas as condições para atravessar 2022 com um balanço bastante robusto”.
“Continuamos acreditando que continua valendo para os próximos 9 meses. Todas as linhas capturam a geografia onde imaginamos que nossos resultados podem estar ao longo do ano”, destaca o CEO.
Sobre inadimplência, o CEO destacou que ela deve voltar gradualmente a níveis anteriores aos da pandemia, com leve alta nos próximos trimestres.
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