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O crescimento de 17,4% no lucro do Itaú no segundo trimestre, para R$ 7,67 bilhões, foi impulsionado por linhas de crédito voltada ao consumo, como cartão de crédito e crédito pessoal. São linhas que geram mais retorno ao banco quando os juros da economia sobem. Mas o CEO do banco, Milton Maluhy Filho, reconhece que a Selic, no atual patamar em que está hoje, também pressionam a inadimplência.
“Você tem virtualmente as receitas crescendo, mas isso gera uma pressão no custo do crédito. Te ajuda de um lado, mas te atrapalha do outro”, disse. “Nossa visão é que a gente prefere rodar com um nível de taxa de juros mais baixa”, complementou o CEO.
A carteira de crédito do Itaú atingiu R$ 1,084 trilhão no período, alta de 5% em relação a um ano antes. O segmento cartão de crédito na pessoa física atingiu R$ 126,3 bilhões . O banco, contudo, informa que o avanço se deu principalmente no segmento de alta renda: 80% do crescimento do trimestre nos segmentos Personnalité e Uniclass.
Segundo o CEO do Itaú, 80% da carteira de clientes no cartão de crédito é sem juros e 20% é financiada, no rotativo e parcelamento. “O cliente não fica mais de 30 dias no rotativo, por questões regulatórias, portanto é uma carteira saudável”, diz Maluhy Filho.
“Temos reduzido o limite de crédito de vários clientes que acreditamos ter deterioração ou ter alguma questão no pagamento para o banco”, explicou o CEO, dizendo que o banco tem sido cauteloso na produção de crédito.
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No segundo trimestre, as despesas com provisões do Itaú atingiram R$ 7,5 bilhões em despesas com provisões, alta de 60,6% em um ano.
“Quando estamos em um ciclo de crescimento de carteira, como o observado, é natural que o nível de provisionamento no balanço aumente”, afirmou o CEO.
“Quando a gente vê alguma deterioração nos atrasos ou no cenário macro, nossos modelos chamam mais provisão, o que protege o nosso balanço”, complementou.
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Maluhy afirma que o banco sido “muito disciplinado” na gestão de renegociação. A carteira renegociada do Itaú atingiu R$ 34,3 bilhões ao final do segundo trimestre, correspondendo a 3,2% da carteira total.
“Não houve venda de carteira no trimestre. Na qualidade de crédito, não tivemos incremento nas renegociações, o que faz com que indicadores de atraso se mantenham em patamares inferiores”, disse o executivo.
Segundo ele, a expectativa é de normalização gradual nos índices de atraso. “Isso deve acontecer ainda no terceiro ou quarto trimestr. A nossa melhor expectativa é que vão se estabilizar em patamares pré-pandemia”, diz Maluhy Filho.
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Para o executivo, a revisão no guidance da companhia para 2022 “incorpora um nível de rentabilidade bastante adequado”. O Itaú revisou várias estimativas, passando a prever que sua carteira de crédito de crédito total crescerá de 15,5% a 17,5% em 2022, ante previsão anterior de 9% a 12%. Consequentemente, a projeção de aumento da margem financeira com clientes também mudou, passando do intervalo de 20,5% a 23,5% para 25% a 27%.
O CEO do Itaú diz que o ano de 2023 tem diversas variáveis para acompanhar, com juros subindo para 4% nos Estados Unidos e a pressão de outros competidores. “Mas temos conseguido entregar rentabilidade e no curto prazo vamos conseguir entregando rentabilidade”, concluiu.
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