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Destaque no balanço do Itaú (ITUB4) referente ao segundo trimestre de 2024, o retorno sobre patrimônio líquido médio anualizado (ROE) do banco chegou a 22,4%, com alta anual de 1,5 ponto percentual. Na visão do presidente da instituição financeira, há condições para que o atual patamar de retorno seja mantido.
“Acho que dá para continuar trabalhando com ROE acima de 20%, naturalmente sujeito a desafios de todas as naturezas”, afirmou Milton Maluhy Filho, em coletiva de imprensa sobre os resultados trimestrais. Ele salientou que o banco não tem meta nem dá guidance para o indicador e que a performance depende de condições futuras, do nível de capitalização do banco e, especialmente, do custo de capital.
“O que a gente continua vendo pra frente é uma boa dinâmica em todas as linhas do balanço”, afirmou. “A rentabilidade pode cair, contanto que a gente continue trabalhando no conceito de criação de valor”.
Apetite do banco não mudou
Questionado sobre a influência da macroeconomia no desempenho do banco, Maluhy Filho disse que “não viu nenhuma razão para recalibrar o apetite”. Também afirmou acreditar em chances “relativamente baixas” de uma recessão nos Estados Unidos. E nota que, apesar da perda de valor dos ativos no começo desta semana, os principais índices de Bolsa estão em território positivo no acumulado do ano e dos últimos 12 meses.
Segundo o executivo, o banco acredita na possibilidade de três cortes de juros nos EUA este ano, com início em setembro. “No cenário base, a gente ainda acha que a economia americana deve crescer 2,5% no ano”, diz.
“No Japão houve um evento muito específico. Uma política mais contracionista do Banco Central japonês gera efeitos em uma economia que há muitos e muitos anos trabalha com nível de juros muito baixo”, disse o CEO do Itaú. “Acho que os impactos no Brasil foram relativamente pequenos, dada essa questão específica”.
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No cenário local, destaca o executivo, a dinâmica do câmbio está também atrelada à agenda fiscal “que vai estar presente o tempo todo”.
“O câmbio no patamar mais alto não é necessariamente um problema. O problema é o câmbio mais alto por um prazo mais longo, então é a persistência do nível do câmbio que acaba gerando um efeito inflacionário”, afirma Maluhy.
Dividendo extraordinário
O CEO do Itaú afirmou que “certamente haverá um dividendo extraordinário”, mas o tamanho dessa remuneração ainda depende de muitas variáveis.
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“A gente continua bastante positivo com esse dividendo extraordinário, sempre preservando o capital do banco para que ele esteja a serviço dos nossos clientes, do crescimento orgânico e inorgânico do banco”, disse.
Maluhy diz que a expectativa é ter alguma definição mais concreta nos resultados do quarto trimestre do Itaú.
“A expectativa é de poder divulgar, ainda no final do ano, o que a gente está imaginando de dividendos extraordinários”.
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O resultado do Itaú
O Itaú (ITUB4) reportou lucro recorrente gerencial de R$ 10,1 bilhões referente ao segundo trimestre de 2024. A cifra é 15,2% maior que a registrada um ano antes. O resultado ficou praticamente em linha com o esperado. O consenso LSEG apontava para lucro líquido de R$ 10 bilhões.
A carteira de crédito total ajustada da instituição financeira bateu R$ 1,254 trilhão, com crescimento anual de 8,9%.
A margem financeira gerencial foi de R$ 27,665 bilhões, com alta de 6,4% ante o mesmo período de 2023.
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A margem com clientes do banco foi de R$ 26,3 bilhões, com crescimento anual de 5,4%. Já a margem com o mercado, de R$ 1,4 bilhão, com expansão de 31%.
O índice de inadimplência total do banco, para empréstimos com mais de 90 dias de atraso, sofreu um recuo de 0,3 ponto percentual, na mesma base de comparação, para 2,7%. As despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), por sua vez, recuaram 3,3%, para R$ 9,3 bilhões.
O Itaú informou ainda que seu custo de crédito no segundo trimestre totalizou R$ 8,8 bilhões, com queda de 6,7% em bases anuais.