Itaú BBA projeta Ibovespa a 165 mil pontos em 2025 com 4 pilares e revê portfólio

A nova projeção incorpora as estimativas dos analistas do banco e o novo cenário de custo de capital para o Brasil

Lara Rizério

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O Itaú BBA atualizou a sua visão para o mercado de ações brasileiro, tendo um novo preço-alvo para o Ibovespa, que passou de 145 mil pontos ao final de 2024 para 165 mil pontos ao fim de 2025 (ou um potencial de alta de 21% em relação ao fechamento do mês de agosto).

A nova projeção incorpora as estimativas dos analistas do banco e o novo cenário de custo de capital para o Brasil, baseando a tese positiva para o país em quatro pilares, listados a seguir:

Carteira de ações

O banco também atualizou a sua carteira Brazil Buy List, com seis mudanças frente à composição anterior. O BBA incluiu nas carteiras: Eletrobras (ELET3), Santos Brasil (STBP3), Direcional (DIRR3), Bradesco (BBDC4), B3 (B3SA3) e Rede D’Or (RDOR3).

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Para tanto, removeu seis ações em relação à composição anterior: Sabesp (SBSP3), Localiza (RENT3), Azzas 2154 (AZZA3; resultante da fusão entre Arezzo e Grupo Soma), Randon (RAPT4), Banco do Brasil (BBAS3) e Hypera (HYPE3).

Saiba mais: XP ajusta projeções e vê Ibovespa a 155 mil pontos nos próximos 12 meses

O banco aponta que as 10 principais escolhas temáticas em quatro temas que gosta são: Equatorial (EQTL3), Eletrobras e Santos Brasil (bond proxies, ou ações com comportamento próximos a títulos, com taxas internas de retornos reais de dois dígitos), Direcional, Bradesco e B3 (empresas cíclicas de qualidade); GPS (GGPS3) e Rede D’Or (temas seculares); e, Suzano (SUZB3) e PRIO (PRIO3)(commodities com valuation atrativo).

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Confira a carteira completa:

Brazil Buy List Setembro 2024 BBA (Fonte: Itaú BBA)

Sobre as inclusões, o BBA aponta que a Eletrobras é a maior empresa de geração e transmissão do Brasil e negocia a uma taxa interna de retorno (TIR) real de 14,5%. O banco vê catalisadores de curto prazo que podem ser positivos para a empresa: negociação com governo sobre poder de voto, revisões positivas em preços de energia, iniciativas de geração de valor com turnaround da companhia e leilão de reserva de capacidade.

Já para a Santos Brasil, vê a ação negociando a valuation descontado em relação ao seu histórico, sólida performance operacional e forte geração de caixa, com expectativa de dividend yield (retorno do dividendo) de 20% nos próximos meses.

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No caso da Direcional, a companhia deve continuar se beneficiando do cenário micro do setor de construção de baixa renda, que aliado à boa execução da empresa possibilitam crescimento nos resultados e geração de caixa que deve ser paga em dividendos de duplo digito, negociando a um valuation de 7 vezes P/L em 2025.

Em relação ao Bradesco, o momento é de recuperação após resultados abaixo do esperado em 2023 (com retorno sobre o patrimônio – ROE – de 10%), com os recentes números divulgados confirmando que as novas ações da gestão têm gerado frutos em relação ao crescimento lucrativo da carteira de crédito.

Sobre a B3, embora o volume na negociação de ações esteja mais fraco, ela tem mostrado boa performance em receita devido a volumes melhores de renda fixa, câmbio e mercado de balcão, se tornando uma exposição ao mercado de capitais. Em conjunto com um bom controle de custo, tem impulsionado os lucros e criando potencial de crescimento num cenário de melhora no mercado de ações.

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Por fim, para a Rede D’Or, apesar do ambiente desafiador para os provedores no setor de saúde, ela tem mostrado a resiliência do seu modelo de negócio, entregando resultados saudáveis nos últimos trimestres e posicionada para aumentar sua dominância na indústria de hospitais privados com seu plano de expansão.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.