Itaú BBA “aprova” todas as empresas do grupo Simpar (SIMH3), mas elege ação favorita

Analistas veem potencial de valorização de até 42% para os papéis das empresas que fazem parte da holding

Ana Paula Ribeiro

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Descontos elevados na cotação das ações e uma estratégia de consolidação de mercados são fatores que deixam a Simpar (SIMH3) e suas três controladas atrativas para o Itaú BBA. O banco reiterou a recomendação outperfom (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a holding e para Movida (MOVI3), JSL (JSLG3) e Vamos (VAMO3).

Os analistas destacaram a desvalorização excessiva desses papéis no acumulado do ano, com quedas mais acentuadas que a média do mercado. Em 2024 até o momento, ações da holding caem 38,8%. O ano também é de perdas para a Movida (-43,8%), JSL (-26,3%) e Vamos (35%).

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Os atuais preços refletem um múltiplo entre preço e lucro (P/L) de 5 vezes a 8 vezes para essas empresas, o que é considerado atrativo para os analistas do Itaú BBA, que destacam ainda a tese de consolidação de mercado e o crescimento dos ganhos por ação, sendo que a locadora de caminhões e máquinas Vamos e a de logística JSL levam a preferência entre as empresas do grupo.

“Dentro do grupo, nossas preferências vão para a Vamos e JSL, que são líderes de mercado isoladas e apresentam resultados positivos. Entretanto, entendemos que o potencial de curto prazo para estas ações poderia ser prejudicado pela recente deterioração dos rendimentos de longo prazo, que levou os investidores a preferir ações de curta duração com elevados rendimentos de fluxo de caixa”, avaliaram.

A Vamos é vista como a top pick (preferida) e tem preço-alvo de R$ 11, o que significa um potencial de valorização de 42,7%. No caso da JSL (a “segunda preferida”), o preço-alvo é de R$ 12, 29% superior ao preço atual.


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Na avaliação dos analistas, as ações da Vamos tiveram uma dinâmica de preços difícil, refletindo os problemas enfrentados no segmento de concessionárias e aluguel, mas que foram considerados circunstanciais, como os causados pelos atrasos no Plano Safra e restrições de crédito. “Continuamos a ver potencial no longo prazo para a Vamos como o principal agente consolidador deste grande e atraente mercado”, aponta o banco.

Enquanto isso, a visão é que a JSL ficou esquecida pelos investidores entre as ações de crescimento, mas é um papel que consegue combinar “raras vantagens competitivas”, como capacidade de execução, retorno atrativo, taxa de crescimento elevado e grande mercado endereçável. Outro ponto positivo da empresa é o seu retorno sobre o capital investido (ROIC), que está próximo aos 16%. No entanto, está menos descontada que a Vamos.

“A ação (da JSL) teve desempenho superior em 2023 e é a subsidiária da Simpar que tem sido a mais resiliente até agora em 2024”, explicaram, ao justificarem a segunda na preferência.

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Já para as outras duas subsidiárias, apesar da manutenção da recomendação, os analistas do Itaú BBA veem um cenário mais desafiador. Para a empresa de locação de veículos e gestão de frotas Movida, o preço-alvo está em R$ 8, o que significa potencial de valorização de 28,2%. Para a holding, o valor R$ 7,50 dos analistas do Itaú BBA é 35,7% superior à cotação atual.

A preocupação com a Movida é sobre o cenário incerto para o segmento de seminovos, mas reconhece que a empresa tem feito mudanças na gestão. Por outro lado, há uma preocupação pelos desafios no mercado de OEM (quando as peças são fabricadas por outras indústrias e integram o produto final da montadora como um produto original) e os preços de revenda.

“O poder de ganhos da empresa foi ofuscado pela volatilidade contínua nos preços dos automóveis, o que até agora resultou em taxas de depreciação mais elevadas (na revenda)”, ponderaram.

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Já em relação à holding, a avaliação é que as ações da empresa estão “esquecidas” pelos investidores e por isso vão demorar mais a se recuperar, mesmo que as subsidiárias sem ações listadas na B3 (Automob, CS Infra e Ciclus) apresentem bom crescimento.

“Temos percebido que os investidores não olham para as subsidiárias privadas do grupo quando avaliam o valuation de SIMH3, o que, em nossa opinião, é injustificado dado que alguns destes ativos têm crescido rapidamente”, explicaram.