Itaú: apetite de crédito não mudou, mas corrigiremos rota se necessário, diz CEO

A instituição financeira afirma que tem sido capaz de crescer sua carteira com crédito de qualidade e risco controlado

Mitchel Diniz

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Terceiro “bancão” a reportar resultados nesta temporada de balanços, o Itaú (ITUB4) trouxe números pujantes por mais um trimestre, sendo destaque entre os pares que divulgaram números até agora. A instituição financeira afirma que tem sido capaz de crescer sua carteira com crédito de qualidade e risco controlado. E mesmo com a piora de alguns indicadores macroeconômicos, como câmbio, inflação e juros, deve manter o apetite como está.

“Não tivemos qualquer mudança em nosso apetite. […] Nossa gestão de portfólio é ativa, trabalha com visão prospecção de cenário e é atualizado diariamente. A gente continua a ver de forma positiva a nossa capacidade de crescer carteira com qualidade”, afirmou Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, em coletiva de imprensa sobre os resultados do terceiro trimestre de 2024.

“Evidentemente que a gente nunca está imune a cenários disruptivos, dado o tamanho da organização e o tamanho da nossa carteira. Por isso trabalhamos com níveis de provisões adequados, na nossa opinião, e tempestividade para ter que fazer correções de rotas quando o cenário muda”. 

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O executivo classificou a qualidade da safra de crédito do Itaú dos últimos anos como “realmente incrível”, passando por testes de estresse em que cenários de maior volatilidade são levados em consideração.

“A gente não pode descartar que tem uma eleição acontecendo na maior economia do mundo e que, dependendo do resultado, pode ter impactos diferentes para as economias, especialmente para os países emergentes”, pontuou Maluhy Filho.

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Sobre os ruídos fiscais no Brasil, o CEO disse que “existe uma expectativa natural de que, uma vez colocada a meta dentro do novo arcabouço, ela será cumprida”.

“Eu acho que existe sim uma mobilização importante pra que a questão fiscal seja colocada nos trilhos”, afirmou. O executivo lembra que esse é um aspecto importante para ter uma curva de juros em patamar adequado.

“Juros altos não são bons para os bancos, não é o que a gente busca. Com juros mais baixos, a gente consegue crescer carteiras com qualidade, reduzindo a inadimplência”, complementou o executivo.

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A valorização do dólar é algo que joga a favor do crescimento da carteira de crédito do Itaú. Cerca de 18% do portfólio é em moeda estrangeira e a desvalorização da divisa brasileira aumenta, por outro lado, o valor dessa parte da carteira. Esse foi um dos principais motivos pelo qual o banco revisou sua projeção de crescimento da carteira total de crédito para algo entre 9,5% e 12,5%. Antes, o guidance estava entre 6,5% e 9,5%.

“Mesmo sem esse efeito da desvalorização [do real], estaríamos no ponto superior que a gente deu no guidance“, explicou Gabriel Moura, CFO do Itaú desde o último mês de julho.

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Maluhy Filho aponta para uma expansão “mais limpa” da carteira de crédito pessoa física do banco, com todos os produtos apresentando crescimento já “em maior ou menor grau” no terceiro trimestre.

“Temos capacidade de crescer com qualidade e de forma sustentável em todas as atividades de crédito do banco”.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados